16 de jan. de 2012

Virando a chavinha

Qual o momento certo para vc se desligar de algo e começar um novo?
Vc se planeja, coloca um deadline?
Faz todos os cruzamentos e ponderações sobre pontos positivos e negativos? Pensa no momento certo, na conjunção dos astros, ou simplesmente vai lá e muda tudo?

Parece tão fácil estipular as metas, os prazos e traçar o plano da sua vida como se fosse uma partida de War (essa é para quem tem mais de 25 anos eheheh). Ou a sua vida está mais para o tabuleiro do Jogo da Vida? Onde os dados indicam se vc vai casar, vai para faculdade ou de repente terá 3 filhos?

É tão difícil para mim, lutar contra a imprevisibilidade da vida, contra a impotência em prever todos os meus passos e os do universo. Mas é tão prepotente eu achar que tenho a menor chance de fazer isso.

Se as poucas coisas que planejei deram certo é pq houve colaboração divina, caso contrário nenhum planejamento por mais perfeito que fosse surtiria o menor efeito. E todas as outras coisas boas que aconteceram na minha vida sem o menor planejamento?

E seria tão chato se tudo seguisse um roteiro. Onde estaria a surpresa (que tanto adoro), onde entraria a espontaneidade?

Já sei! Largo tudo ao acaso, vou seguir por ai sem lenço e sem documento, com uma banda de maçã e outra de reggae.

Huum, também acho que não...

E então o bom e velho ditado que sempre martela em minha cabeça volta a soar: a virtude está no meio. A virtude está no meio....  (assim com som de eco na caverna e voz meio fantasmagórica).

E eu decido que algumas coisas eu não vou decidir, vou sentir. E pronto! Seja o que Deus quiser.

-----
Beijos & Bytes

2 de jan. de 2012

Sem expectativas, por favor! - Parte II

[Comece lendo a parte I, post antes deste] :)

O jantar transcorreu normalmente, a comida estava ótima, o papo bom e estouramos a champanhe como manda o figurino. Desejos, promessas, fogos e uma discreta lágrima. Processo Virada: completo.

Chovia teimosamente e eu o namorido resolvemos fazer a ronda do Reveillon, passando nas casas de amigos e familiares.

Uma passada nos pais do Cláudio, uma checada no celular para ver se não tinha convites para balada e seguimos para a casa da Mari, irmã da Cilu, minha amiga de infância.

Conversa vai, bebidinha vem, mais uma cerejinha, experimenta esse vinho, toma mais uma latinha de cerveja, dá umas risadas, lembra um pouco do passado... E 1º de janeiro foi acontecendo, de mansinho, divertido, inesperado.

Quase 5h da matina e estranhamente eu e o Cláudio ainda tínhamos gás! E lá fomos nós passear de Fusquinha pela São Paulo molhada, semi-deserta e pincelada de pessoas de branco embriagadas.

Tomamos um cafezinho com pão de queijo em uma das mais lotadas padarias de SP, que maravilhosamente estava vazia. E resolvemos assim, esperar mais um pouco para ver o sol nascer.

Coisa de filme ou não, São Pedro gostou da nossa ideia e deu uma segurada na chuva. Ainda pingava, mas bem diferente do dilúvio da meia noite.

Às 6h10, não ouvi música quando o sol surgiu e ele estava meio encoberto, mas confesso que me emocionei e de tão simples, tão despretensioso essa virada foi deliciosa.

E parando para pensar, foi a companhia de pessoas que tanto amo que tornou a chegada de 2012 tão especial.

Av. 23 de Maio Amanhece em 01/01.
Repare no canto esquerdo inferior da foto, nosso valente Fusquinha Amarelo! ;)













-----
Beijos e Bytes

Sem expectativas, por favor!

Sim, eu crio expectativas, principalmente com datas. Meu aniversário e 31/12 são as campeãs. Sempre fico pensando que esses dias tem que ser perfeitos, altamente festivos e inesquecíveis. Não está nos meus planos passar essas datas debaixo de chuva, ter uma D.R. ou passar o dia resolvendo problemas.

Mas então, a vida real cospe na minha cara suas coisas mundanas. Me relembra que não estou em um musical e pássaros e esquilos não vão me ajudar a ter um dia mágico.

Em dezembro do falecido 2011 eu percebi que a minha tradicional programação de Reveillon Perfeito não iria acontecer. Eu estaria milhares de km de Paris, Nova York ou Buenos Aires. Que eu não iria para a praia em um luau espetacular em uma ilha paradisíaca, que eu não tinha a mais remota chance de ir para uma festa maravilhosa na cobertura de algum prédio bacanaites em SP.

Passei pelo processo inicial do desespero: tinha que a qualquer custo chegar perto de algum dos destinos acima. Not! Isso nunca funciona. Então, caminhei para a negação: isso tudo é ridículo, o mundo vai acabar mesmo, eu odeio muito tudo isso e bla bla bla. E ai, com avançar do fim do mês cheguei a aceitação: ok, é o que temos, Sampa sem planos it is.

Na semana que antecedeu o ano novo, fiz meus pequenos rituais virginianos de limpeza da casa, armários e adjacências. Comprei a lingerie da virada e me resignei a ceiar com minha família. Na véspera da véspera enfrentei um problema doméstico de vazamento de água no banheiro - o que me deixou tremendamente enfurecida e duplamente decepcionada. O dia 31 amanheceu chuvoso, daqueles de cortar os pulsos e durante o último banho do ano eu prometi que passaria dignamente a virada, sem choro ou cara feia. Ninguém merecia a minha DPR (Depressão Pré Reveillon).

Fiz tudo mecanicamente, coloquei a roupa programada, na hora programada e partimos para os meus pais. Não que seja ruim estar com eles, mas é comum. Igual a qualquer domingo.


... continua em outro post