29 de mar. de 2011

Espírito de aventura e músculos de lata

[Em homenagem a Sonia, que tem um carro com tanta personalidade quanto a dela]

Logo no início da década de 80, meu pai arrematou para minha mãe um fusca amarelo 74 e nós fomos seu segundo dono, incorporando-o rapidamente à família.

À bordo do Amarelão, mamãe me levava para escola, me buscava na casa da amigas e fazíamos diversos passeios. Depois da adolescência, eu segui meu caminho e ele o dele, continuando com minha mãe.
Alguns anos depois (já estou sendo indiscreta demais com datas) meus pais o doaram a mim. Mas por uma dessas ironias bestas eu não dirijo (ooooooh!).

É gente, não dirijo! O transito é caótico, as pessoas são loucas, eu não tenho paciência e perdi a prática. Essa é uma combinação bem ruim e me agradeçam por não estar ai com meu porte de arma em dia nas ruas de Sampa.

Enfim, mesmo assim, eu aceitei o Fuca e o reformei, passando a nobre função de piloto ao Claudio, que a desempenha com gosto e agilidade.

Desde que ele está conosco, já passamos por muitas aventuras. Já protagonizamos cena equivalente a do furgão Amarelo de "Pequena Miss Sunshine":

Imagine duas pessoas empurrando, enquanto uma delas corre, entra no carro em movimento e acelera para que ele pegue no tranco. A outra pessoa (que não sabe dirigir) continua empurrando para que o veículo não perca a velocidade. Após o Fuca ligar, a cidadã, que ficou empurrando (ainda bem que ele é mais leve do que uma Kombi), corre para entrar nele em movimento.

Ok, podem parar de rir agora.

Já conseguimos concertá-lo com um grampo de cabelo, quando o cabo do acelerador soltou. Já tive que correr com um saco de gasolina na Av. 23 de Maio pq não sabia que quando o marcador mostrava "meio tanque", na verdade era "vazio".

E recentemente o Fuca, com seu senso de humor sarcástico, resolveu disparar a buzina (Eu acho que ele andou assistindo a "Pequena Miss Sunshine") quando fazia curva para a direita. Nem preciso dizer que a gente morria de vergonha e que eu já estava esperando levar um tiro ou coisa assim. Era só virar no farol é mmiiimmiiiimiiii. Os pedestres olhavam feio, os outros motoristas faziam caretas e eu ia afundando no banco do carona, sorrindo e acenando.

Mas em todos as nossas viagens com ele para Minas e Litoral Norte de SP, o Fuca nunca arriou. Mesmo na subida da serra congestionada de Maresias, onde carros mais modernos vão esquentando e parando no acostamento, nosso Amarelão seguia firme, de cabeça erguida.

Mesmo enfrentando uma trilha na praia e tendo que passar por rasos braços de rio que desaguavam no mar na Ilha Comprida, ele enfrentou o desafio (escatológico, eu sei. Não acredito como fizemos isso) com coragem e destreza.

E quando sua buzina, que estava muda há muito tempo, magicamente funcionou quando precisávamos dela para evitar uma batidinha, tive certeza de que ele tem alma, adora viajar e Sampa o deixa muito nervoso.

Portanto, assim como o carro da minha querida amiga Sonia (não é um fusca, é?) que algumas vezes decide o melhor caminho para ela, eu prefiro não contrariar o meu velho companheiro e continuar colocando-o na estrada. Quem sabe a gente não consiga chegar até o Atacama com ele? Pelo menos vai reder um belo post!

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Beijos e Bytes

28 de mar. de 2011

Livro por que qui-lo

Apesar dos esforços dos meus pais e professores, nunca gostei de ler.

Os livros do Colegial, os grandes Clássicos, me entediavam profundamente. Só lembro de gostar da coleção Vaga-Lume lida até a 5ª ou 6ª série, contos dos irmãos Grimm, as fábulas de Esopo e livros de Mitologia Grega.

Quando a professora nos passava um livro, calculava quantos dias antes da prova eu teria para ler 10 páginas diárias e assim, com dedicação Espartana, me forçava a cumprir o cronograma. Se eu chegasse à décima página com o parágrafo pela metade, parava ali mesmo.

Se deixasse de ler 1 dia, tirava o atraso e recalculava tudo de novo, sistematicamente. Anotava os personagens e suas relações em um papel, porque me era impossível fixar qualquer coisa lendo com tanta má vontade. O resumo ajudava na prova e, passado o teste, adeus livro.

Não foram poucas as vezes em que começava a ler o trecho do dia e no 2º parágrafo já estava em outro lugar, muito longe do livro. Pensava:"Putz, falta muito? Esse cara precisa descrever toooodos o detalhes da maldita penteadeira? Ai que saco, não fiz a lição de química! Huum que fome, acho que vou comer..." Ao final da página, percebia que não tinha registrado nada, nem uma letrinha sequer e tinha que começar tudo de novo, e de novo, e de novo. Era um suplício, um martírio.

Não entendia como isso iria me fazer gostar da leitura, me parecia uma causa perdida. E isso só me fazia odiar com todas as minhas forças certos autores.

De "Cidades e a Serra" só lembro da capa e das páginas repletas de texto com letrinhas miúdas. Não saberia dizer do que se trata, nem lembrar de nenhum personagem. Nem sei como fiz a prova.

Detestava "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Quincas Borba" que a cada "Ao vencedor, Batatas" tinha vontade de morder o livro. Só fiz as pazes com Machado de Assis quando conheci "Dom Casmurro".

"O Sertanejo" me perdeu logo nas primeiras 10 folhas. Quilômetros e quilômetros de textos descrevendo a Caatinga, o cacto, o lagartinho, a poeira... Não havia jeito de eu concluir aquele livro e cheguei para o teste pronta para improvisar. A professora não gostou muito da minha "re interpretação" da obra e só não tomei um zero pq tb era prova de gramática.

[Essa é uma daquelas lembranças memoráveis da minha infância, que me vejo sentada em frente à folha, recém saída do mimeografo, e o desespero me corroendo por não saber nenhuma resposta.]

A "Hora da Estrela" foi triste demais, chorava de pena da pobre Macabéia e também da Baleia, a cachorrinha de "Vidas Secas". Mas sentia raiva mesmo da professora (ou do sistema de ensino) que me obrigava a ler essas coisas e passar por sentimentos que eu não queria.

Mas nem tudo foi tão ruim, gostei de "Memórias de um Sargento de Milícias", "O Cortiço", "Senhora", "As Pupilas do Senhor Reitor". E devo agradecer a Julia Gam e Marcos Paulo por me ajudarem a concluir o "Primo Basílio".

Os anos passaram e já que não era obrigada a ler, abandonei com ranço os livros. Nem me sobrava tempo, muitos textos para ler na faculdade, depois fui trabalhar. Não parava em casa, meus dias eram divididos entre os amigos, namorado, curso/trabalho e atividades físicas. Se estava em casa, era para dormir ou para ficar feito um zumbi em frente a TV.

Mas me sentia culpada e os benefícios da leitura continuavam ecoando na minha cabeça. Foram precisos alguns anos para eu me reencontrar com os livros. E foi Tolkien quem me mostrou a magia.
Li os "Hobbits" e adorei. Assisti aos filmes e me propus a completar a trilogia, mesmo sabendo que não seria fácil, pois todas as surpresas tinham ficado nas telas. Ledo engano, Tolkien é fascinante.

Desde então, já foram alguns: o 1º Harry Potter, muitos que viraram filme, Best Sellers, Paulo Coelho (só para conhecer), Fernando Pessoa, livros técnicos, não-ficção e outros que nem lembro. Dos Clássicos, ainda não reli nenhum, tudo tem sua hora. Mas não tenho pretensão de ler "100 Anos de Solidão" ou Dostoievski. Sei que não tenho vocação para intelectual.

Mas é maravilhoso descobrir que um universo surge cada vez que vc abre um livro. A leitura em si é solitária, egoísta, mas ao mesmo tempo vc empresta ao autor sua voz, ritmo e cadência.

Em certos trechos de ação leio com sofreguidão que nem consigo compor o cenário direito e volto com mais calma. E como não poderia deixar de ser, sigo algumas regras que me impus: jamais ler o final do livro antes do término, não comece outro sem terminar o que está lendo e termine a qualquer custo, fato que tem sido fácil, desde então.

Nunca mais usei meu cronograma de leitura e só paro de ler quando atinjo um novo capítulo ou quando outra atividade me espera.

Ao final de cada história sinto um misto de tristeza e alegria. Fico feliz ao concluir a trama, mas vou sentir falta dos personagens/autor que conheci e convivi quase que diariamente.

Ao término da última página, releio as abas, a contra-capa e ainda fico contemplando o livro, meio que me despedindo.
Mas depois virão outros e mal posso esperar para voltar aos emaranhados da minha cabeça e recriar o universo do autor.

Quem será o próximo que vai me fazer mergulhar por horas e horas de silêncio na multidão de pessoas, sons e cores que surgem das páginas impressas de cada nova descoberta?

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Beijos e Bytes

22 de mar. de 2011

Papel acompanha?

Um amigo meu me disse ontem que vai se casar e foi até surpreendente, pois ele sempre se mostrou avesso a ideia. Não que ele não quisesse se comprometar com alguém, muito pelo contrário, ele já namora há alguns anos e eles sempre formaram um casal feliz.

Mas me arrisco a dizer que o que o incomodava no matrimônio é que este sempre foi uma indústria e sua busca, muitas vezes, esteve longe de ideais românticos, salvo raras exceções.
Não canso de ver pessoas que olham em seus relógios biológicos e decidem se casar pq "já é tempo", ou "pq os pais os estão pressionado", ou" pq todos os seus amigos já casaram". Para as mulheres tb se soma a justificativa de que querem ter filhos e o tempo está passado. Nem estou comentando aqui os que se casam por interesses financeiros, como se o matrimônio fosse o mesmo que procurar emprego.

Como uma idealista, não posso deixar de criticar essa posição. E entendo que por milênios, o casamento nunca incluiu o amor em suas prerrogativas. Mas ainda me espantam as pessoas que continuam seguindo cegamente essa tradição, sem questionamentos, sem olhar a fundo para seus corações e escutar o que eles estão dizendo.

Certa vez li em algum lugar (perdoem-me se foi alguém célebre que disse isso, tenho memória de peixe) que as pessoas procuram um companheiro, pois elas não suportam a ideia de ver suas vidas passarem em branco, que precisam de uma testemunha para acompanhar-lhes os passos, as conquistas ou até as pequenas coisas do dia a dia.

Eu concordo parcialmente, na verdade, eu procuro mais do que um observador passivo da minha vida. A pessoa que ocupa plenamente a vaga no meu coração está mais para roteirista, que, enquanto escreve sua própria história, mistura-se à minha, interferindo, mudando, somando.

Não quero um crítico que só queira me mudar ou me puxar para baixo, tirar meu crédito, minha auto-confiança. Não quero um diretor, que só vai me dar ordens ou um produtor que só vai trazer dinheiro. Eu quero um roteirista, esse sim, vai me ajudar a compor, criar e refazer planos que não ficaram bons. Ele vai estar junto comigo nesse projeto, pq ele entende que o projeto tb é dele.

Eu confesso que eu encontrei essa pessoa e que da nossa forma estamos casados. Sem papel, sem igreja, com o simples, mas forte, comprometimento de nossos corações, que não precisam de imposições para ficarem juntos. E tenho certeza de que temos o consentimento Divino, pq eu duvido que ele não abençõe a nossa casa e as nossas vidas, pois só temos coisas boas a agradecer.

Esse post é para todos vcs, que se recusam a fazer o que tem que ser feito e quando o fazem são movidos por seus ideais, incluído vc, meu amigo, que decidiu casar-se por ter a certeza de que encontrou a pessoa certa que vai ajudá-lo a seguir seu sonhos e sua vida. Se vcs escolheram a forma tradicional ou não, isso não importa.

E ao Cláudio, que costumo chamá-lo de meu "Domingão de Sol", declaro aqui para todos os virtualmente presentes que te aceito como meu roteirista até que a morte nos separe! Te Amo!
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Beijos e Bytes

14 de mar. de 2011

Quem está batendo na portinha do seu coração?

[Este texto ficou rascunhado, encalacrado, aguardando uma conclusão. E lá vamos nós!]

Faço um breve relato do meu carnaval não a título de lhes contar sobre minha vida, mas para gerar uma reflexão. Ah, nada disso, é para tirar um sarro básico, mesmo.

Sem muito tempo para escolher um destino novo, voltamos (eu e eu meu namorido) para Ilha Comprida. Destino ao qual recomendo veementemente por partilhar um espetáculo ímpar com suas praias, trilhas e fauna.
Desta vez nos hospedamos em um casarão-pousada, cuja vista do quarto era magnífica, mas para a gerente faltava-lhe um parafuso da cabeça. Talvez mais, até.
Logo na nossa chegada, ela nos disse:  "Desculpe-me não poder ajudar vcs com as malas, mas eu estou com a mão enfaixada pq caí no chão ao tentar desviar de uma cobra aqui na porta da pousada".

Huuumm, interessante essa abordagem. Eu gosto de natureza, mas a notícia de uma jararaca na entrada do local em que iria passar 4 dias não me pareceu muito encorajadora. Enfim, não encontrei a dita cuja, só sua refeição preferida, uma aranha peluda, que estava com pressa e pouco interessada em fazer contato.

Aos poucos, fomos descobrindo nossos colegas de pousada, colegas não, irmãos, já que uma congregação inteira de religiosos estava hospedada lá tb. Era aquele tipo de religião com pastor, pessoas cantarolando com violões, onde todo mundo faz tudo junto o tempo todo.

Havia tb 2 famílias de franceses, que eram bastante simpáticos, arranhavam o português e não incomodavam ninguém.

Neste momento, faz-se necessário informar que minhas interações com estranhos são mais observativas e aguardando um contato. Dificilmente vou puxar papo e virar best-friend-me-adiciona-no-seu-face. Cumprimentava o povo quando passava nas áreas públicas e só.

Certo dia, meu namorido acordou mais cedo e foi ler na varanda, o líder do grupo religioso, aproveitando-se de sua vulnerabilidade, pois estava sozinho, abordou-o e puxou um papo que deve ter durado uns 15 minutos, tempo suficiente para que ele já virasse broder do Claudio e começasse a querer nos incluir nos passeios.

Claudio, que tb se relaciona com estranhos da mesma forma que eu, foi educado e declinou convites, mas no dia 08/03, mais conhecido como dia da mulher, exatamente às 06h40 da matina, um "toc toc" na nossa porta ocorreu, seguido de uma musiquinha acompanhado do violão: "Quem está batendo na portinha do seu coração, la, la, la, la."

Eu desacreditei e o Claudio achou que era no quarto ao lado, mas o "toc toc" seguindo da música se repetiu: "Quem está batendo na portinha do seu coração, la, la, la, la."

A essa altura eu resolvi abrir a porta antes que aquele pesadelo me privasse de mais minutos de sono. Abri uma micro-fresta e 2 dos religiosos felizes me deram um bombom e me fizeram uma saudação pelo dia das mulheres.

Eu odeio gente feliz logo cedo! O DE I O
- "Dia das mulheres é o c@@##@! Precisava ser tão cedo?" - Foi isso o que eu pensei, mas eu apenas sorri e agradeci. Não prolongando mais a situação bizarra ao qual me encontrava.

Enquanto isso a gerente da pousada praguejava e xingava: "Seu bando de barulhentos, não quero mais vcs na minha pousada". Claramente ela faltou nas aulas de atendimento ao cliente, mas enfim, eu concordava.

Nosso carnaval seguiu sem mais intervenções bizarras a não ser da nossa desregulada anfitriã que nos alertou para trancarmos tudo pq tinha um moleque que passava nos quartos roubando celulares, notebooks e demais itens cobiçados.
- Hein?
E ela ainda arrematou:
- Tomara que roubem os computadores desses baderneiros!

Embora o sol não tenha colaborado muito, Ilha Comprida é sempre um paraíso e iniciamos nosso retorno a Sampa testemunhando a revoada de uns 30 Guarás para Ilha do Cardoso.
Coisa linda, percebida por poucos e entre outros mimos da natureza fez nosso passeio valer a pena.
É como dizem: - "Ai sim, hein?"

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Beijos e Bytes

Deus nos ajude!

Esse lugar aqui era para ter mais assuntos polêmicos, mostrar todo o meu lado ácido e crítico, mas eu ando meio bunda-mole. Hj será diferente! É uma segundona brava, o carnaval passou e o ano realmente começou, então lá vai:

Desde que me conheço por gente fui ensinada segundo a cartilha dos católicos apostólicos romanos, mas acho que sem querer, minha avó Dulcinha, acabou acrescentando um capítulo à minha criação que instigou minhas primeiras dúvidas sobre essa história toda.

Quanto mais ela me dizia para respeitar os animais como iguais pq Deus os tinha colocado no mundo junto conosco, mais eu concordava. E ela tb me dizia para respeitar e rezar para Deus, coisa que eu tb fazia. Mas eu confesso que achava muito estranho em certas passagens da Bíblia, o povo sacrificando animais e oferecendo-os ao Divino para aplacar a sua ira ou para festeja algum grande acontecimento. Aquilo não fazia sentido nenhum. Pq sacrificar uma criatura, supostamente inocente,  iria deixar Deus mais contente?

O tempo foi passando e fui conhecendo mais sobre as outras religiões, se bem que eu nunca fiz um estudo muito profundo, mas sempre que alguém tem uma crença diferente da que eu conheço, sento-me para conversar e ouvir em que ela acredita (Tá nem sempre. Eu fujo daquele povinho fanático que fica querendo converter todo mundo)  Certos mitos foram caindo por terra e certos preconceitos foram surgindo tb.

Hj eu não sou mais católica apostólica romana, eu tenho uma nova religião: a neo-católica-zen-budista-pro-espírita.

Eu decidi acreditar em coisas que me façam bem e que não façam mal aos outros. Não posso acreditar cegamente em uma religião que promoveu massacres e queimou pessoas vivas em nome de Deus. Tb não posso dar o menor crédito para qqr um que convença as pessoas a "comprarem" um pedaço do céu, como promessa de eternidade feliz. Como pode o dinheiro, algo tão mundano, trazer a felicidade eterna?
Não faz o menor sentido nenhum tipo de tortura ou subjugo de seres mais fracos e nem a intolerância à outras pessoas só pq seu Deus se chama Alá, Shiva ou Rá, sei lá.

Eu preciso acreditar que existe uma força maior que criou tudo isso aqui, pois me dá conforto nas horas em que eu me sinto totalmente sozinha. Então, meu Deus existe, mas ele tem diversos nomes. Assim como seus filhos: Jesus, Maomé e Ganesh... Acho engraçado como as religiões tem tantas coisas em comuns. É de se desconfiar de algo.

Tb acredito em seres de outros planetas e de outros planos. Acredito que as pessoas são atraídas por energias semelhantes, coisas boas atraem coisas boas e seus antônimos tb. E acho que alguns são verdadeiras antenas, pessoas mais iluminadas que captam coisas que a grande maioria nem imagina que exista. Talvez os Santos, Profetas e Médiuns sejam esses tais.

Já acreditei nos seres invísíveis que roubavam pequenos objetos, que caíam no meu antigo quarto em frente ao espelho do guarda-roupa.  E não gosto de quebrar espelhos.

Tb tenho meus dias ateus em que não acredito em absolutamente nada, achando que essa existencia não passa de uma série de fatos aleatórios e sem sentido. Mas um forte conceito de moral e ética ainda me segura e me impede de cometer tantos assassinatos quanto eu gostaria. :)

Quanto mais conhecimento vc adquire, impossível deixar de se questionar sobre as verdades absolutas deste mundo. É por isso que a ignorância é um agente pacificador e idiotizador, nivelando todos a ruminantes em um pasto. Mesmo que esse discurso me pareça anarquista demais, é um item a ser analisando nesta minha humilde reflexão.

Enfim, a religião como ferramenta de controle do povo não é uma ideia nova, mas eu tendo a achar que ela é necessária até pq acredito que o ser humano é naturalmente mau. Thomas Hobbes me apoiaria neste momento. Posto isto, não posso defender uma total ateisazão (não deve existir essa palavra) senão esse planetinha seria anda mais selvagem, mas acho que uma maciça e contínua dose de educação, somada a religião (se dissociada de poder político e econômico), poderia sim tirar o povo do lamaçal em que nos encontramos.

Enquanto essa nova Era não chega, eu continuo acompanhando as notícias trágicas do Japão, a Guerra do Oriente Médio, os atos de violência e corrupção em nosso país, os movimentos xenofóbicos e homofóbicos pelo mundo e os crimes contra a natureza, e peço para o meu Deus falar com o Deus de cada um para ajudar a todos nós.

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Beijos e Bytes

3 de mar. de 2011

Sorria

Eu gostaria de usar esse espaço virtual para fazer um merchan básico. Mas não é pq estou sendo financiada, mas pq eu realmente acredito neste produto ou melhor, nessa revista.

Eu não escondo de ninguém que coisas virtuais não são a minha preferência e nada como folhear uma revista novinha, sentir o cheiro do papel, da tinta. Ver com calma as imagens, os textos e levá-la embaixo do braço para qualquer lugar. Eu adoro uma revista!

E surpreendendo a maioria das previsões, os veículos impressos não acabaram por causa da internet, acho até que se segmentaram mais e multiplicaram. Hj deve ter revista para os colecionadores canhotos de aeromodelos da década de 40. As masculinas tb aumentaram e se diversificaram, além das peladas (tá, pode pensar em futebol, se quiser) tb tem aquelas que abordam saúde e beleza (quem diria?).

As femininas não ficam atrás, além de dezenas de fofocas, milhares de receitas, novelas, moda, elas se dividiram em faixa etária, das adolescentes às lobas, tem de tudo.

E no meio de tantas coisas diferentes, muitas com o conteúdo bem igual, uma, que não está nem na banca, me chamou a atenção.

Ela é bem fininha, com uma capa fora do padrão, sem modelos famosas, poses de divas. São closes de pessoas comuns, carregadas de emoção, nada plastificado. Sua função é nobre, a renda da revista é revertida para instituição que cuida do Câncer Infantil (GRAAC) e isso já seria motivo suficiente para comprá-la.
Além disso, o preço é bem acessível, uns R$ 2,50.

Mas a verdade é que essa revista faz um bem danado. Não tem como vc não se emocionar com ela. E eu não estou falando de tristeza, estou falando de vida. Como as matérias são cheias de amor, de vontade, de capricho! Não é enlatado, não é sobre coisas da moda, aborda temas considerados ultrapassadas, como prazeres simples: um banho de mar de madrugada, uma receia de doce de abóbora da vovó, como é gostoso morar em vila, como respeitar as diferenças...

Eu sempre espero a próxima edição com ansiedade, é a única que faço questão de comprar todos o números. E quando acabo de lê-la eu sempre dou de presente para alguém. Acho que uma coisa que faz tanto bem, não pode ir para o lixo, mesmo que seja reciclado, tem que ir para as mãos de alguém que me é querido.

Não sei dizer quantas vezes achei que a revista tinham sido feita para mim e espero que ela tenha provocado as mesma reações positivas para as pessoas que as receberam de presente. Espero que tenha provocado um sorriso, desenterrado uma lembrança gostosa e lógico, espero essas pessoas tenham se tornado leitoras como eu.

Essa revista me faz pensar que na luta para sermos felizes, muitas vezes, estamos desviando tanto do caminho ou estamos tentando coisas erradas. Para mim, vai ficando claro, que simples é a resposta. Ser simples é o segredo e não sei pq tem que ser tão difícil.

Emfim, eu não disse o mais importante, seu nome: Sorria! Não poderia ser outro e traduz tudo: http://www.revistasorria.com.br/

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Beijos e Bytes