Em alguns casos, eu até falo, mas correndo o risco de parecer querer transformar todo mundo em praticante, muitas vezes freio as minhas palavras.
Mas pensa um pouquinho comigo.
O que é esse tal de coaching? De maneira simplista, é um processo na qual um profissional conhecido como coach irá ajudar o coachee (cliente, pessoa que está passando pelo processo) a atingir um objetivo em sua vida, auxiliando-o a usar melhor seus pontos fortes, aproveitar oportunidades e evitar ameaças.
Esse processo funciona porque 1 vez por semana durante uns 3 meses, o coach se encontra com o coachee e o estimula a pensar objetivamente sobre suas questões, a identificar como e quando agir e sempre deixa uma tarefa para a próxima semana. Um gancho para questionar o seu aprendizado.
Que outra atividade consegue reunir em 1 hora corpo, mente e que leve ao autoconhecimento?
Um praticante de corrida vai dizer: correndo eu relaxo, sinto meus problemas menores. Uma pessoa que dança, vai dizer a mesma coisa. Ou que ande de skate, escale montanhas, pinte quadros, faça música... Mas, essas atividades não levam a uma ação, a análise interna de forma tão focada.
Só a prática faz isso e de maneira contínua. Seu universo cabe no mat (o tapetinho de yoga). Tudo que acontece ali dentro, diz respeito a como você vê o mundo e se comporta nele.
Se você desiste das posturas mais desafiadoras, é medo ou sente que não está pronto? E dos desafios da vida? Não reage igual?
Se você se compara com os outros praticantes na sala, querendo fazer mais ou melhor, não seria o mesmo na sua rotina? Uma vez competitivo, sempre competitivo.
Se não consegue se concentrar em uma postura mantida, como é o nível da sua concentração durante o dia? É igual, não é?
E quando você consegue traçar esse paralelo entre a sua vida e aquela 1 hora de prática é que as fichas começam a cair. Não que seja mágica, porque a nossa transformação leva tempo, exige reforço e a coragem de olhar para si buscando mudar o que não te agrada mais.
Percebi que fico muito presa ao passado. E isso é um problema, que muitas vezes me impediu de evoluir. Para transformar esse sentimento que é tão seminal em mim, vai demorar. Não sei quanto. Mas a cada prática, quando fico muito chateada por não ter conseguido fazer uma postura, lembro que preciso deixar esse apego de lado e seguir. Não pensar mais na que não deu certo porque logo vem outra e preciso estar concentrada para realizá-lá.