21 de jun. de 2011

Chamando Shiva, chamando Shiva

Eu tenho um medo danado das mudanças. E acho que isso não é uma característica tão incomum assim.

As mudanças inevitáveis como término do colegial e faculdade levaram um bom tempo até que eu as aceitasse completamente. Aquelas que foram anunciadas, como a minha saída do coral ESPM ou do meu primeiro grupo de dança foram muito complicadas. E aquelas que eu não planejei e nem dependeram de mim, como quando meus amigos mudaram de cidade ou até de país tb foram doloridas.

Mas todos sabem que a vida é uma constante mudança. Um casamento altera sua vida, a chegada de um filho, então, nem se fala. Os anos passam, vc amadurece, muda de ideia, muda de objetivos, as pessoas vem e vão e vc tem que se acostumar com isso. Qualquer coisa pode acontecer com vc, de bom ou de ruim. E isso é tão assustador, mas é a regra do jogo, acostume-se ou tome uns remedinhos para seguir em frente.

Há alguns anos eu estava tão triste com o caminho que minha vida profissional seguia que queria mudar desesperadamente. Mas inconscientemente eu queria tudo novo e sem planejar foi o que aconteceu. Quando vi, estava em um novo emprego, morando sozinha e terminando um namoro de 11 anos. Foi bastante coisa, ufa! Mas eu acho que veio para o bem, de todos os lados.

O mais impressionante é que entre uma coisa e outra, eu estava passeando quando entrei em uma loja meio mística e acabei gostando de um anel com umas inscrições.  A vendedora, uma senhora de cabelos ruivos e olhos azuis (com aquele jeitão de feiticeira, típico dessas lojas) me disse que era de Shiva e o seu mantra grafado. Diante da minha ignorância, ela disse que ele (e não ela, como eu havia pensando) era o principal Deus indiano e que ele trazia mudança. Resolvi comprar, já que a peça tinha "falado comigo".

Ao chegar em casa fui pesquisar mais sobre Shiva e confirmei que ele promovia sim a mudança, mas era mais conhecido com o Destruidor, aquele que destrói o antigo para dar lugar às coisas novas. "Destruir" não é uma palavra reconfortante para um serzinho que não gosta muito de mudanças, né? Mas eu passei a usar o anel achando que era só um adorno. E foi exatamente o que aconteceu na minha vida. Um belo furacão e tudo começou de novo.

Hoje, depois de muito tempo e um pouco de coragem, resgatei meu anel de sua caixinha, coloquei em meu dedo e vim trabalhar. No caminho, disse algumas vezes o seu mantra. Escorada pelo texto da Clarice Lispector que aborda a mudança, (que uma amiga me deu e eu o havia esquecido na minha carteira) acordei com o desejo de um novo chacoalhão. Não sem um certo medo, mas tenho fé que vou conservar o que me faz bem nessa vida e substituir o que está me fazendo mal.

Se o anel tem poder? Não sei ao certo, acho que ele só reflete a minha vontade. Só sei que mais um ciclo tem que acabar e eu, mais do que ninguém, vou ter que encerrá-lo.

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Beijos e Bytes

16 de jun. de 2011

Pensamentos Randômicos

[Eu sei que alguns dos meus leitores buscam em meus textos motivos para dar risadas e não sairem por ai com tendências homicidas ou suicidas. Espero que meus próximos pensamentos os levem à opção inicial.]

Cansei de lidar com pessoas com inteligência emocional de uma noz moscada;

Não deveria apostar tantas fichas na minha vida profissional;

Ter princípios é um saco!

Ter princípios quando quase ninguém mais o tem é duplamente chato;

Me irrita perceber que os mentirosos são sempre mais queridos do que aqueles que falam a verdade;

Recebi esta semana um "desconvite" de casamento. Isso é, no mínimo, deselegante, para poupar-lhes de adjetivos menos elogiosos e que refletem mais o meu bom humor atual.
Este caso, obviamente, será abordado em outro post quando eu tiver condições de escrever algo minimamente imparcial. 


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Beijos e Bytes

9 de jun. de 2011

Candy Shop - Da série: Diálogos em Mim

- Huumm, chocolate. Vou querer um chocolate!
- Chocolate? Hoje nem é sexta, nada disso.
- E o que é que tem que hoje não é sexta? Por acaso as calorias queimam mais rápido no fim de semana?
- Bla bla bla. Estamos de regime e isso significa que temos que ter disciplina! E seguir as regras: doces só no sábado e domingo..
- Ai, ai que saco. Vc parece um sargento! Está toda azeda, por isso que precisa de um chocolatinho. Meio-amargo faz bem para o coração. É para ficar felizinha!
- Faz bem para o coração e vai tudo para o quadril. E eu não vou ficar nada felizinha.
- E o que a Vossa Senhoria Virginiana vai deixar eu comer?
- Nós comermos! Ariana. Nós! Eu acho que tem que ser um chá verde.
- Ecaaaa. Eu não vim nessa cafeteria chiquetê para tomar um chá verde!
- Tá, então que tal capuccino pequeno? Eu disse: PE QUE NO.
- Ah não sei. Quero tanto um chocolatinho. Está frio.
- Chocolate já disse que não.
- Ai caramba, vou pedir logo esse capuccino e parar a discussão. Pq o povo todo já está olhando para gente e eu estou com vergonha.
- Nós, estamos. Nós!

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Beijos e Bytes

8 de jun. de 2011

A vida não tem regra e isso é tão bom

Eu assisti esse vídeo http://www.youtube.com/watch?v=gJkThB_pxpw&feature=youtu.be e ele é pura poesia, pura realidade, e fiquei com tanta vontade de escrever...

O que é o amor?

Não sei dizer, sei que é uma coisa que vc não explica, só sente. É uma vontade indiscutível de estar com aquela pessoal, mesmo ela sendo tão diferente, mesmo que todo mundo te diga que tal pessoa está fora do que elas acham que combina/planejaram com/para vc.

Mesmo que ela goste de MPB e vc só ouça Rock Clássico. Ou ela seja Corintiana roxa e vc nem sabe o que é aquele cara de uniforme diferente correndo no campo.

Se ela tem o cabelo enrolado, se o dente é torto, se tem sotaque, se só veja novela, se não liga para a aparência ou se é mais jovem que vc. São tantas as diferenças, mas nada, nada disso é importante quando seus olhos sorriem ao se encontrarem com os dessa pessoa.
Quando todo o seu corpo se aninha, nesse frio, no colo dela e vc sente o seu cheiro, o seu calor. E de repente, tudo faz sentindo. Tudo que vc quer é ficar ali a vida toda ao lado dela, vivendo as coisinhas do dia a dia, que paradoxalmente vão matando aquele amor.

Mas eu acho que vale a pena reascendê-lo e cuidar dele todos os dias, mesmo nas horas ruins, mesmo quando parece mais fácil parar e procurar outro novo em folha. Mesmo que tudo nessa vida seja descartável,  aquela pessoa que te faz feliz não pode ser.

Eu acredito nas coisas que duram. E se duraram é porque o tempo que passou foi bom e justificou tudo. Vou fazer 4 anos de namoro/casamento e saiba que eu TE AMO e vc me faz muito feliz!

1 de jun. de 2011

Nada em planos

Hj acordei triste e pensativa, apesar da linda quarta-feira de outono, típica de São Paulo, com o céu azul, sol, muito frio e ar seco.

Sempre que me perguntam o que eu quero fazer daqui 5 anos ou onde quero estar, um silêncio gigante cobre a minha fala. Simplesmente não sei o que dizer. E não é que eu não pense nisso. Já me fiz essa pergunta tantas vezes que perdi a conta. Tenho planos genéricos no ambito profissional do tipo: guardar dinheiro, ter casa própria e trabalhar para não depender de ninguém.

Sempre soube o que eu não queria, mas nunca tive uma vocação, um chamado que me direcionasse. Parece que eu vivo desafiando o destino: "Vamos, apresente-me opções e eu vejo o que não quero".

A dualidade entre razão e emoção é tão forte em mim que não consigo chegar a um equilíbrio. A razão diversas vezes ganha e quando a emoção prevalece é pq ela abriu caminho na força, na explosão. E depois sempre acho que não foi o certo.

A inquietude me acompanha, me cansa. E às vezes eu só queria um pouco de férias de mim. Como eu faço isso, hein?

E sigo me perguntando sempre: "Estou certa, estou errada?" Não sei pq não faço outras perguntas menos racionais.

Hj é um daqueles dias em que eu me sinto confusa, achando que preciso chacoalhar tudo de novo, sair da zona de conforto, ir para o confronto.

Não sei, não sei de nada e o dia nem chegou na metade ainda.


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Beijos e Bytes