23 de dez. de 2011

E 2011 se despede

Eu gosto de anos impares! Estranhamente. Pq tendo a querer que tudo seja perfeito e portanto, deveria gostar de números pares. Mas nasci em um dia ímpar de um mês ímpar de um ano ímpar e acabo de me dar conta que todos os algarísmos desta data são ímpar!!! Ok, se eu der uma forçada e somar tudo, o resultado é par.

Voltando ao raciocínio, 2011 foi um ano significativo para mim, não aconteceu nada de excepcional, mas algumas fichas caíram e acho que à partir disso, coisas novas virão.

Comecei a fazer a tão sonhada Yoga, visitei a encantadora Paris, conheci a ambígua Amsterdã e resolvi sair da minha zona de conforto. Agora, no finalzinho do ano decidi mudar de área no meu trabalho.

Vou fazer tudo aquilo que os livros de administrãção de carreira dizem para não fazer! Sair do core business da empresa para tentar uma área nova, em construção.

Sim, estou fazendo o que meu coração manda, o que meus instintos sussurram. E sim, estou com medo. Mas ser racional demais está me cansando. Quero mudar um pouco isso, quero experimentar mais, quero voltar a abrir meus horizontes.

Ao me tornar um balzaquiana percebi que comecei a ficar muito introspectiva, muito racional e por vezes até radical. Perdi aquela deliciosa insensatez dos 20 anos. (A eterna dualidade entre virgem e áries aqui muito bem representada, não?)

De certa forma é bom, ter um pouco mais de estabilidade, mas aprendi que a vida sorri para quem é flexível, para quem é resiliente.

E  como sempre as pessoas que passaram por mim neste ano deixaram sua contribuição no meu aprendizado, mesmo aquelas que me fizeram sofrer, pois sem querer elas me mostraram coisas que eu não quero fazer ou me tornar.

2012 é um ano par e seguindo as minhas crenças eu não deveria me arriscar nele. Mas, f*##@-se, tô pronta, vamo lá!

Na contagem regressiva, vou pedir as 3 coisas que sempre peço: saúde para mim e meus queridos; coragem para enfrentar o que vem por ai e iluminação para decidir quando lutar e quando aceitar.

Mas pensando bem, vou acrescentar um 4º item: menos medo de errar.

Eu não sei se o mundo vai acabar mesmo em 2012 como tantos estão prevendo, mas meu desejo é que aproveitemos como se ele fosse o último!!!

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Beijos e Bytes

14 de nov. de 2011

Quando tudo vale a pena

Eu sou meio idealista, chegando a ser quase ingênua. Meu grande sonho sempre foi encontrar um trabalho apaixonante. Daqueles que a pessoa sente que nasceu para fazer aquilo e de tão realizada quase não é obrigação, vira hobbie.

É, mas eu não cheguei nesse estágio ainda. E me parece que estou cada vez mais longe disso.Tenho meus dias ruins, os péssimos, os que eu saio realizada e os pouquíssimos memoráveis.

A vida corporativa é muito fria, tudo resume-se a ser mais eficiente, a não cometer erros, a ganhar mais $, a atender o cliente e não deixá-lo ir para a concorrência. E se vc se sente feliz em resolver problemas o dia inteiro e fechar contratos, ótimo, essa vida foi feita para vc.

Eu? Estou me distanciando dessa coisa toda. Já quis ser uma profissional super respeitada que coleciona troféus e cabeças na parede. Hj, estou em um meio termo, procurando ser uma boa profissional sim, mas não às custas da minha saúde ou de outras pessoas.

Ok, não me levem a mal. As pessoas tem que trabalhar e eu não vou virar hippie e sair por ai "caminhando e cantando e seguindo a canção", mas deve existir um meio termo, não?

Foi então que no último dia 7, em meio à tantos eventos e compromissos "importantíssimos", "que não pode dar nada errado", "que o cliente nos mata se tal coisa ocorrer" apareceu um que eu pensei: "Esse tem que dar certo. Esse merece que a gente se esforce, simplesmente para que ele possa ocorrer".

Depois de tanto tempo, apareceu um evento com alma. Daquelas que transbordam, daquelas que vc vê que todos os participantes estão envolvidos de verdade.

E apesar dos problemas técnicos aparentemente insolúveis, no dia, tudo se resolveu. Assim, num passe de mágica. Não sei se era pq estávamos em um circo, ou pq a vibração das pessoas era tão boa, mas o encantamento aconteceu.

E o objetivo do evento não poderia ser mais nobre: celebrar e premiar alunos, professores e pessoas que lutam para incentivar a leitura e estimular a escrita em nosso País. E eu vi de relance que ainda é possível se apaixonar loucamente pelo que se faz.

O cliente veio nos agradecer pelo esforço, parabenizar a equipe, mas na verdade, eu que o agradeci pela oportunidade de tirar de novo os meus pés do chão.

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Beijos e Bytes

Bonjour Paris!

Demorei para escrever, mas não fiquei parada. Andei escrevendo coisas que não queria dividir. E eis que surgiu um bom motivo para compartilhar.

Foi quando eu sumi por 10 dias (em outubro). Avisei meia dúzia de pessoas, arrumei as malas e fui para Florianóparis. aahaa (piada interna). Fui para Paris mesmo. A viagem me apareceu como uma oportunidade. Já tinha negado outros 2 convites internacionais e acho que seria um tremendo desaforo com o destino negar novamente.

Apesar de todas as dúvidas, questionamentos virginianos, todos os "não vai dar certo, não é a hora certa, não deveria sair assim e etc etc", um rápido e determinante lampejo ariano explodiu e me fez decidir viajar.

Foi a coisa mais certa a fazer. Não sei se teria me arrependido de não ir, pois sem saber o que me esperava, iria me conformar com a decisão. Mas com certeza, hj, depois da viagem, relembrando os momentos bacanas que passei, desistir da viagem teria sido uma grande pena.

Apesar de já conhecer Paris, ela me encanta completamente. É uma cidade linda, vibrante, que respira história, bom gosto e um estilo de vida invejável. Apesar do mau humor característico francês (não sei como eles podem ser assim) não senti em nenhum momento esse traço da personalidade deles. Fui com uma amiga e fomos muito bem tratadas. Obviamente que por falarmos francês (eu timida e precariamente) havia uma boa vontade maior do que se tentássemos somente o anglais.

E o que a Cidade Luz poderia me mostrar que eu não tivesse visto? Deveria recorrer ao guia e visitar somente as locações que não tinha ido de outra vez? Não, não. Não era o que ela iria me mostrar, mas como a charmosa capital se apresentou para mim desta vez.

Com a ajuda de minha amiga, conheci uma Paris menos turística, mais local. Fomos no melhor estilo slow trip, com longas paradas para o almoço, comer um doce típico, visitar as ruas mais badaladas e os pequenos becos conhecidos por poucos. Aproveitei para explorar melhor a gastronomia mais festejada do mundo, tomando vinho, experimentando a mostarda dijon, os queijos, as sobremesas, os molhos... Deixando a infinita dieta para o território nacional. Sentamos em um banco para apreciar o pôs do sol no Rio Sena e corremos em volta de suas margens. Visitamos a Sacre Coeur de noite e vi pela primeira vez a Torre piscando e faiscando fabulosamente de noite. Vê-la de qualquer ângulo, horário ou estação do ano é sempre impressionante.

Me emocionei com um concerto de Mozart na igreja Saint Sulpice e chorei copiosamente ao chegar na igreja Notre Dame acidentalmente justo na hora da missa das 18hs. Realmente uma benção e a certeza de que estava fazendo uma coisa boa. Rezei e acendi velas na maioria das igrejas, pedindo proteção para familiares/amigos queridos, agradecendo e finalmente pedindo um pouco de luz nessa minha cabecinha dura, que insiste em achar que a vida tem que ser muito levada a sério.

Na sequencia, esticamos a viagem até Amsterdã, totalmente desconhecida para ambas e que nos rendeu tb boas risadas e histórias. Bem menos radical e pervertidada do que imaginava, pensei que a cidade holandesa seria uma versão européia de Porto Seguro com pessoas caídas nas calçadas e putarias nas esquinas e becos.

De certa forma foi decepcionante descobrir que o Red Light District é passeio para crianças e família, mesmo de noite. E até os "nóia", são comportados e ficam restritos aos coffee shops. Mas divertido ver que as ruazinhas medievais abrigam igualmente padarias, farmácias, sex shops e lojas com todos os tipos, tamanhos e fomartos de pipes, ervas legalizadas e similares, de forma bastante civilizada e muitas vezes, bem humorada.
Enfim, Europa, né? O Velho Continente! Um senhor que já viveu de tudo, tem humor fino e boas maneiras.

Acho que a palavra que resume a viagem é generosidade, já que tivemos que conviver, eu e minha amiga durante os 10 dias e chegar à soluções que fossem boas para ambas. Claro que ela é muito querida para mim, mas tem seus interesses, opiniões e pontos de vista diferentes dos meus. Óbvio, ninguém é igual a ninguém. E assim em toda a viagem, fizemos praticamente tudo em conjunto e em comum acordo.

Costumo dizer que se eu fosse para o Big Brother provavelmente seria a 1ª a sair, já que costumo ser 8 ou 80, mas nessa viagem consegui ser 14, 37, 62.25 provando que eu estava errada novamente, que eu posso sim e devo ser mais flexível.

Foi como se eu tivesse vivido 1 ano em apenas 10 dias e voltei com a cabeça um pouco mais aberta. Espero sinceramente que o dia a dia não vá endurecendo-a novamente. Se ocorrer, nova desculpa para viajar, sempre!

E parafraseando minha amiga: "Espero que Paris nunca mais saia dentro de mim".

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Beijos e Bytes

25 de jul. de 2011

Vogue - Da série: Diálogos em Mim

- Deixa eu ver, melhorar o foco, luz do sol está a favor, arrumar o enquadramento. Diafragma e velocidade ok. Opa, uma borboleta, perae, perae. Isso, abre a asa, calma, não vai embora. Lá vai, vai ficar show. 1, 2 e...
- Também quero! Depois tira uma minha!
- Aã? Quase perdi a foto da borboleta, caramba! Afoita, maluca! Não dá para tira foto nossa. Estamos sozinhas no parque.
- Ué, faz auto-foto, normal. Vou colocar os óculos escuros.
- Hunft. Auto-foto é bobo e nunca fica bom.
- Virgenzinha... isso ai é uma câmera digital. Vai tirando até ficar bom. Não gasta filme, viu? Tecnologia...
- Arianazinha, viemos aqui fazer fotos artísticas e sensíveis sobre a poesia das flores desabrochando no inverno.
- Bla, bla, bla. Então a gente pede para alguém tirar uma foto. Vamos ver quem.
- Vc está louca? E vamos emprestar a máquina para qualquer um?
- Ah sim, esqueci, essa máquina digital que veio de brinde na revista é muito cara e sofisticada.
- Meeeu, como vc  é debochada. A gente comprou na loja, na faça a loca. E vc bem que gosta das fotos que ela faz.
- Auto-foto ou eu não vou parar de te importunar.
- Pena que não posso te afogar no lago, hunt. Fica parada e sorria, saco!



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Beijos e Bytes

23 de jul. de 2011

Ohmmmm

Após 2 semanas de férias de quase pleno hedonismo, evitando até visitas chatas ao médico, começo o processo de retorno ao trabalho. Esse processo, aliás, é sempre um fracasso, pois retorno com extremo mau-humor. E alguns podem até perguntar:

- Mas vc não estava de férias, não descansou, pq essa cara?
- A resposta é óbvia, não? Pq as férias acabaram. - Sigo respondendo com muita docilidade, eheheh.

Porém, neste curto e insuficiente período de descanso, iniciei algo que há muito tempo ensaiei mas nunca concluí.

Comecei aulas de Yoga. Depois de passar mais de 10 anos testando as modalidades mais vibrantes do mundo fitness, indo de aulas de boxe, capoeira, boxe chinês, dança, pilates, jump isso, aeroaquilo, le parkour indoor e demais novidades, volto-me para a completa introspecção e simplicidade.

E espero que com a prática eu atinja o equilíbrio, alimente a minha paciência, tolerância e possa viver melhor com o que a vida me apresenta. Que não é pouco não, reconheço, mas que eu sempre dou um jeito de ver só lado ruim.

Não sei se é só uma fase, não sei se estou depositando muitas fichas, mas ela reflete um momento meu de querer encarar meus monstros interiores, aquele dragão vermelho que escapa quando provocado. E uma tentativa de só aproveitar a sua força criativa e motriz.

Venho caminhando já algum tempo, descobrindo que infelizmente, se as coisas me incomodam, não adianta trocá-las, sou eu quem tem mudar a forma de olhá-las. E isso é difícil, hein? Como tem sido difícil.

Vamos acompanhar a evolução, já fiz 3 aulas e posso garantir que pelo menos ao final delas eu saio me sentindo muito bem, mas eu estava de férias, foi fácil. Vamos ver em situações reais.  ;)

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Namastê, Beijos e Bytes

6 de jul. de 2011

Enjoy the Silence - Da série: Diálogos em Mim

- Hoje quero ver um filme light, romântico, sei lá.
- Vamos ver um filme cabeçudo sobre uma criança búlgara perdida em uma cidade deserta devastada pela guerra de...
- Nossa, pode parar! Desconsiderarei totalmente essa sugestão. Vamos ver Meia Noite em Paris, u lá, lá.
- Hunft! Vamos sentar na frente para não forçarmos a vista?
- Na frente para não forçar a vista, na frente para não forçar a vista. Parece uma velha! Eu vou para o fundo. Detesto narração simultânea na minha cabeça.
- Ok, ok. Hj eu estou boazinha.
- Aqui ó, Z 25, a cadeira do busão. ahahahahah Como eu sou engraçada! Sabe, aquela cadeira que não tem ninguém na frente no ônibus e...
- Tá, tá. Eu entendi. Vc esquece que eu sei o que vc está pensando?
- Olha lá, vai começar.

- Huum, tem um cara do meu lado que está falando muito. Saco!
- Do nosso lado, vc quer dizer. Pq vc é sempre tão egoísta, Ariana?
- Que vontade de arrancar o olho dele com uma colher.
- Arranca logo a língua que é o que está incomodando. ahahaha
- Vou dar um berro, ah se vou!
- Não, pelo amor de Deus! Eu detesto escândalo.
- Ah, agora vc diz "vc", Dona Virginiana!
- Pois é, Senhorita Ariana Quebra-Barraco, nada de baixaria. Deixa que alguém vai chamar a atenção dele.
- Mas ele fica: "pipii pipiiii piii". Se a mina dele é tão burra e precisa de explicação, leva ela no filme da Xuxa.

- OO MOCINHA! PODE FAZER SILÊNCIO?

- Xiii, falaram com a gente...
- Com vc, Ariana, com vc!


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Beijos e Bytes

21 de jun. de 2011

Chamando Shiva, chamando Shiva

Eu tenho um medo danado das mudanças. E acho que isso não é uma característica tão incomum assim.

As mudanças inevitáveis como término do colegial e faculdade levaram um bom tempo até que eu as aceitasse completamente. Aquelas que foram anunciadas, como a minha saída do coral ESPM ou do meu primeiro grupo de dança foram muito complicadas. E aquelas que eu não planejei e nem dependeram de mim, como quando meus amigos mudaram de cidade ou até de país tb foram doloridas.

Mas todos sabem que a vida é uma constante mudança. Um casamento altera sua vida, a chegada de um filho, então, nem se fala. Os anos passam, vc amadurece, muda de ideia, muda de objetivos, as pessoas vem e vão e vc tem que se acostumar com isso. Qualquer coisa pode acontecer com vc, de bom ou de ruim. E isso é tão assustador, mas é a regra do jogo, acostume-se ou tome uns remedinhos para seguir em frente.

Há alguns anos eu estava tão triste com o caminho que minha vida profissional seguia que queria mudar desesperadamente. Mas inconscientemente eu queria tudo novo e sem planejar foi o que aconteceu. Quando vi, estava em um novo emprego, morando sozinha e terminando um namoro de 11 anos. Foi bastante coisa, ufa! Mas eu acho que veio para o bem, de todos os lados.

O mais impressionante é que entre uma coisa e outra, eu estava passeando quando entrei em uma loja meio mística e acabei gostando de um anel com umas inscrições.  A vendedora, uma senhora de cabelos ruivos e olhos azuis (com aquele jeitão de feiticeira, típico dessas lojas) me disse que era de Shiva e o seu mantra grafado. Diante da minha ignorância, ela disse que ele (e não ela, como eu havia pensando) era o principal Deus indiano e que ele trazia mudança. Resolvi comprar, já que a peça tinha "falado comigo".

Ao chegar em casa fui pesquisar mais sobre Shiva e confirmei que ele promovia sim a mudança, mas era mais conhecido com o Destruidor, aquele que destrói o antigo para dar lugar às coisas novas. "Destruir" não é uma palavra reconfortante para um serzinho que não gosta muito de mudanças, né? Mas eu passei a usar o anel achando que era só um adorno. E foi exatamente o que aconteceu na minha vida. Um belo furacão e tudo começou de novo.

Hoje, depois de muito tempo e um pouco de coragem, resgatei meu anel de sua caixinha, coloquei em meu dedo e vim trabalhar. No caminho, disse algumas vezes o seu mantra. Escorada pelo texto da Clarice Lispector que aborda a mudança, (que uma amiga me deu e eu o havia esquecido na minha carteira) acordei com o desejo de um novo chacoalhão. Não sem um certo medo, mas tenho fé que vou conservar o que me faz bem nessa vida e substituir o que está me fazendo mal.

Se o anel tem poder? Não sei ao certo, acho que ele só reflete a minha vontade. Só sei que mais um ciclo tem que acabar e eu, mais do que ninguém, vou ter que encerrá-lo.

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Beijos e Bytes

16 de jun. de 2011

Pensamentos Randômicos

[Eu sei que alguns dos meus leitores buscam em meus textos motivos para dar risadas e não sairem por ai com tendências homicidas ou suicidas. Espero que meus próximos pensamentos os levem à opção inicial.]

Cansei de lidar com pessoas com inteligência emocional de uma noz moscada;

Não deveria apostar tantas fichas na minha vida profissional;

Ter princípios é um saco!

Ter princípios quando quase ninguém mais o tem é duplamente chato;

Me irrita perceber que os mentirosos são sempre mais queridos do que aqueles que falam a verdade;

Recebi esta semana um "desconvite" de casamento. Isso é, no mínimo, deselegante, para poupar-lhes de adjetivos menos elogiosos e que refletem mais o meu bom humor atual.
Este caso, obviamente, será abordado em outro post quando eu tiver condições de escrever algo minimamente imparcial. 


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Beijos e Bytes

9 de jun. de 2011

Candy Shop - Da série: Diálogos em Mim

- Huumm, chocolate. Vou querer um chocolate!
- Chocolate? Hoje nem é sexta, nada disso.
- E o que é que tem que hoje não é sexta? Por acaso as calorias queimam mais rápido no fim de semana?
- Bla bla bla. Estamos de regime e isso significa que temos que ter disciplina! E seguir as regras: doces só no sábado e domingo..
- Ai, ai que saco. Vc parece um sargento! Está toda azeda, por isso que precisa de um chocolatinho. Meio-amargo faz bem para o coração. É para ficar felizinha!
- Faz bem para o coração e vai tudo para o quadril. E eu não vou ficar nada felizinha.
- E o que a Vossa Senhoria Virginiana vai deixar eu comer?
- Nós comermos! Ariana. Nós! Eu acho que tem que ser um chá verde.
- Ecaaaa. Eu não vim nessa cafeteria chiquetê para tomar um chá verde!
- Tá, então que tal capuccino pequeno? Eu disse: PE QUE NO.
- Ah não sei. Quero tanto um chocolatinho. Está frio.
- Chocolate já disse que não.
- Ai caramba, vou pedir logo esse capuccino e parar a discussão. Pq o povo todo já está olhando para gente e eu estou com vergonha.
- Nós, estamos. Nós!

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Beijos e Bytes

8 de jun. de 2011

A vida não tem regra e isso é tão bom

Eu assisti esse vídeo http://www.youtube.com/watch?v=gJkThB_pxpw&feature=youtu.be e ele é pura poesia, pura realidade, e fiquei com tanta vontade de escrever...

O que é o amor?

Não sei dizer, sei que é uma coisa que vc não explica, só sente. É uma vontade indiscutível de estar com aquela pessoal, mesmo ela sendo tão diferente, mesmo que todo mundo te diga que tal pessoa está fora do que elas acham que combina/planejaram com/para vc.

Mesmo que ela goste de MPB e vc só ouça Rock Clássico. Ou ela seja Corintiana roxa e vc nem sabe o que é aquele cara de uniforme diferente correndo no campo.

Se ela tem o cabelo enrolado, se o dente é torto, se tem sotaque, se só veja novela, se não liga para a aparência ou se é mais jovem que vc. São tantas as diferenças, mas nada, nada disso é importante quando seus olhos sorriem ao se encontrarem com os dessa pessoa.
Quando todo o seu corpo se aninha, nesse frio, no colo dela e vc sente o seu cheiro, o seu calor. E de repente, tudo faz sentindo. Tudo que vc quer é ficar ali a vida toda ao lado dela, vivendo as coisinhas do dia a dia, que paradoxalmente vão matando aquele amor.

Mas eu acho que vale a pena reascendê-lo e cuidar dele todos os dias, mesmo nas horas ruins, mesmo quando parece mais fácil parar e procurar outro novo em folha. Mesmo que tudo nessa vida seja descartável,  aquela pessoa que te faz feliz não pode ser.

Eu acredito nas coisas que duram. E se duraram é porque o tempo que passou foi bom e justificou tudo. Vou fazer 4 anos de namoro/casamento e saiba que eu TE AMO e vc me faz muito feliz!

1 de jun. de 2011

Nada em planos

Hj acordei triste e pensativa, apesar da linda quarta-feira de outono, típica de São Paulo, com o céu azul, sol, muito frio e ar seco.

Sempre que me perguntam o que eu quero fazer daqui 5 anos ou onde quero estar, um silêncio gigante cobre a minha fala. Simplesmente não sei o que dizer. E não é que eu não pense nisso. Já me fiz essa pergunta tantas vezes que perdi a conta. Tenho planos genéricos no ambito profissional do tipo: guardar dinheiro, ter casa própria e trabalhar para não depender de ninguém.

Sempre soube o que eu não queria, mas nunca tive uma vocação, um chamado que me direcionasse. Parece que eu vivo desafiando o destino: "Vamos, apresente-me opções e eu vejo o que não quero".

A dualidade entre razão e emoção é tão forte em mim que não consigo chegar a um equilíbrio. A razão diversas vezes ganha e quando a emoção prevalece é pq ela abriu caminho na força, na explosão. E depois sempre acho que não foi o certo.

A inquietude me acompanha, me cansa. E às vezes eu só queria um pouco de férias de mim. Como eu faço isso, hein?

E sigo me perguntando sempre: "Estou certa, estou errada?" Não sei pq não faço outras perguntas menos racionais.

Hj é um daqueles dias em que eu me sinto confusa, achando que preciso chacoalhar tudo de novo, sair da zona de conforto, ir para o confronto.

Não sei, não sei de nada e o dia nem chegou na metade ainda.


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Beijos e Bytes

23 de mai. de 2011

Bad Girl - Iniciando a série: Diálogos em Mim

- Bom diaaaa, huum que música eu vou colocar para dançar muito?
- Ai que saco, detesto gente feliz logo de manhã.
- Chaticeeee, hoje é sábado, está um sol lindo, me deixa.
- Sem essa de dançar, olha só a casa, vc tem que arrumá-la, isso sim.
- Arrumo depois ou entre uma música e outra, adoooro.
- Mas vc é desorganizada mesmo, hein? Vai levar o dia todo. Depois não sobra tempo para nada. Vai, me ajuda aqui com essas roupas.

- Huuum, como vc me lembra o papai! Foco, foco, o tempo todo. Primeiro a obrigação...
- Sem essa de falar mal do papai, vc é super puxa-saco dele. Adora como ele é habilidoso e sabe falar de tudo um pouco.
- Tá bom, eu não quero brigar. Quero me divertir.
- Vc só pensa nisso, parece uma menina, acha ainda que tem 20 anos!
- Eu me sinto com uns 22 e vc que parece ter 70? Vai tirar um cochilo, sua velha e me deixa.
- Cochilo? A essa hora? Se eu te deixar sozinha vc não faz nada, fica ai pulando na sala.
- Ô Meu Deus, o que eu faço para vc se calar, hein? Bebidas, drogas alucinógenas...?
- Não me calo. E ainda levanto pior no dia seguinte e vc vai ter que me aguentar.

- Escuta aqui, vamos estabelecer algumas regras, já que vc gosta tanto, ô Virginiana! Sua fase já foi. Sempre ouvi dizer que quando se passa dos 30 quem assume é o ascendente, então,
eu estou mandando.
- Ah é? Onde vc leu isso, dona Ariana? Eu sou o signo solar, eu controlo tudo, pq sem mim, vc estaria ai na sarjeta com seu sonho bobo de ser artista. E depois de tanto tempo, fica assistindo Glee tendo ideias e fazendo dancinhas
- Vc? Se fosse por vc eu seria uma psiquiatra enfiada nos livros, sem vida, só vivendo para o trabalho. Pelo menos a gente conseguiu chegar a um meio termo e virar publicitária. E mais uma coisa, não aguento mais discutir a relação. Toma essa!

- Ah não, isso é golpe baixo! Madonna não. Deeper and Deeper eu não resisto!
- Cala a boca e dança, minha filha. Eu faço os movimentos e vc relembra ai a coreografia!

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Beijos e Bytes

19 de mai. de 2011

Procura-se civilidade

Algo anda bem errado na nossa sociedade, que acabou ficando tão individualista e de repente, tão incivilizada.
Era de se esperar que fosse o contrário. Quanto mais olhássemos para nós mesmos, mais preparados estaríamos, mais soberanos de nós mesmos e portanto seríamos pessoas melhores. Huumm, acho que não, né?

Estamos mais egoístas do que nunca e digo isso pq em algum lugar da nossa politicamente correta, ética e evoluída sociedade, ser respeitoso se perdeu. Quem é educado, quem tem princípios é trouxa.

Parece que todos viraram adolescentes, que tudo é tão careta que só seu mundinho importa e ser do contra é o que conta. Mas todos estão tão do contra, que virou regra.

Nós temos lugares marcados para idosos, guias rebaixadas para deficientes e até cinema para cegos. Mas quando eu vou ao supermercado fazer uma simples compra, me sinto em um campo de batalha.

O tal do caixa preferencial é sempre fonte de confusão. Certa vez a mocinha  não queria me atender, mesmo sem um freguês a 1km dali. Ela me olhou e disse:
- Esse é preferencial, senhora.
Ao que eu quase respondi:
- É preferencial ou exclusivo, vc sabe a diferença? Acho que não, né?
Mas, no fundo ela é uma vítima. Provavelmente, hordas de clientes mal educados (aqueles mesmos que estacionam na vaga de deficiente sem necessitar) devem avançar nesses caixas e jogar suas compras na esteira.

Como diz uma amiga minha, bastante sábia, algo muito estranho está para acontecer. Ou para ser mais atual: "Tempos difíceis estão por vir, Harry".

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Beijos e Bytes

28 de abr. de 2011

Aberta a temporada de caça! Heart Hunters na área

Uma dama não comenta que anda caçando corações por ai. Afinal, um só não era suficiente.

Calma, calma! Eu estou falando de blog e agora estou escrevendo um em paralelo, junto com duas queridas amigas. E ele vem com a humilde proposta de tentar entender as mentes masculinas e femininas
em seus relacionamentos.

Fácil, né?

E de quebra, quem sabe, a gente não ajuda uns corações partidos a voltar a pulsar ou acorda os que estão meio dopadinhos!

Mais do que nunca, esse blog só faz sentido se vcs participarem: http://www.hearthunters.com.br/



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Beijos e Bytes

27 de abr. de 2011

Houston, we have a problem!

6h40 da manhã. Acordo num pulo da cama e não é o meu despertador que toca e sim o Nextell do trabalho, que carinhosamente chamo de disk-problema.

Ao atender o toque nervoso, o funcionário da minha equipe, ignorando as frivolidades e as conveções sociais dispara:
- Vanessa, F*d3u!!

[Eu até falo para os técnicos que ser objetivo ao relatar os problemas é uma ótima qualidade em se tratando de um evento e realmente ele foi bem objetivo...]

E assim começou o meu dia. Uma enxurrada de pequenos erros culminando em gigantes problemas que minaram minha saúde, abreviaram a minha vida em pelo menos 1 dia e transformaram o meu estômago em um receptáculo ácido e corrosivo.

O toque da desgraça soou mais algumas vezes e entre mantras, rezas e momentos descontrol, consegui chegar até aqui viva. Teoricamente é o que importa.

E nem foi para tanto. Mas como as pessoas sentem necessidade de aumentar o efeito negativo das coisas, não? Parece que ampliar um equivoco (cometido por outra pessoa, obviamente) faz com que seu projeto pareça muito importante.

Mas não é. Sinto muito!


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Beijos e Bytes

13 de abr. de 2011

Matrix Reloaded - A Missão


[Eu sou louca por cinema, uma cinéfila assumida que faz qqr coisa para ficar em frente a telona. Neste breve diálogo travado com um amigo, aproveitamos que trabalhávamos próximos à Paulista e tentamos um cinema pós expediente. Estávamos em Julho de 2003]



18h20
- Oi, achei! Matrix tá passando no Santa Cruz e Frei Caneca. O resto é tudo longe. Os horários são 19h30 e 22h25h.
- Ai, não vai dar não. 22h é muito tarde. Vamos no das 19h30.
- Muito cedo. Eu queria fazer umas coisas antes e depois ir.
- Então, desencana! A gente tenta ir no fim de semana.


18h40
- Meu, larga tudo e vamos agora para o Frei Caneca. Zoou tudo os meus horários. Não vai dar para fazer nada do que eu queria. Vamos para o cinema. Esse filme vai sair de cartaz logo.
- Mas, mas...
- Larga a caneta e vamos. 19hs na Paulista com a Pamplona.
- Falou.

19h10
- Alô.
- Cadê vc? Estou aqui na esquina dando o maior mole e vc não apareceu.
- Estou saindo agora. Atrasei.
- O quê??
- Me encontra lá na Ribeirão Preto. Está o maior trânsito e vc andando chega mais rápido do que eu.
- Grrrr.

19h25
- Cadê vc agora? Estou aqui na esquina, vou ser multado e vc não está.
- Estou sim, só que do outro lado. Agora eu te vi. Estou indo. Puf, puf, puf.

19h35
- Sr. o filme já começou Sr. Só temos poltronas próxim....
- Sei, sei. Tudo bem. 2 inteiras!


19h38
- Baaah, só tem na primeira fila.
- Senta aí. Já era. Uhhuu, conseguimos!

22h50
- Meeeu, filmaço. As cenas de luta são show. A trilha também é ótima. O Keanu arrasou.
- Não entendi esse final. Nota -8.
- Pára! Filme de ação é que nem filme de sacanagem. Não importa o enredo. O que importa são as cenas.
- Tsc tsc!

Campo de batalha

[Já não moro com meus pais há algum tempo, mas como boa filha, visito-os com grande frequencia e fiquei sabendo que eles estão em vias de trocar o carpete.

Graças a Deus eu não terei que viver intensamente este caos, mas achei um post de Julho de 2003, quando ainda morava com eles e estávamos pintando a casa. Curiosamente, minha mãe já queria trocar o carpete, mas a experiência da pintura foi tão traumatica que o plano foi adiado em uns 8 anos.]

Após anos de relutância, meu pai e minha mãe resolveram pintar a nossa casa. Resistência pq só o diabo sabe como ficam as casas em reformas.

Por isso, durante esse período (O pintor disse só uma semana. Ha ha ha!), tentaremos manter a classe em uma casa desmontada, com plásticos pretos, jornais e muito pó espalhado para todos os lados.

Evitaremos causar acidentes letais, enfiando a cabeça em algum móvel que depois de tantos anos resolveu ficar no caminho. Faremos um esforço hercúleo para não quebrar tudo ao descobrirmos que a escova de cabelo foi para uma dimensão paralela, para nunca mais voltar e será humanamente impossível encontrar um similar diante de tamanha bagunça. Prometemos que o agradável cheiro de tinta não nos fará vomitar no carpete, que ainda que forrado de jornal, jamais será o mesmo - acho que depois dessa minha mãe vai querer trocá-lo. Ai!.

Agradeço às pessoas que gentilmente e desinteressadamente ofereceram suas casas para que eu passasse uma temporada. Calma, calma! Nem foi tanta gente assim.



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Beijos e Bytes

5 de abr. de 2011

Las "trapalhaditas" em solo Portenho

Esse texto merece 2 explicações ou melhor, 3. Não mais do que 4.Tá bom vai, 5 e não se fala mais nisso:

1. Foi escrito em 2003 quando trabalhava em uma agência de viagens corporativas na área de mkt;
2. Bob é meu amigo querido e, na época, comparsa no depto de mkt;
3. Resgatei o texto pensando na Monica, que gostou das minhas peripércias na Ilha Comprinda, então espero que goste mais ainda das desventuras na Argentina;
4. Devido à minha tradicional tendência ao deboche, fica impossível descrever uma viagem contando só as coisas boas. Geralmente eu resumo ao máximo isso e de maneira que só o  lado B se destaque;
5. Publiquei 2 posts em 1.

[Mi Buenos Aires Querida] ou [Como as coisas aconteceram tão rápido?]

Estava eu em minha singela mesa de trabalho quando um fosforescente Bob aparece dizendo que tínhamos viagem marcada para Buenos Aires e que partiríamos em uma semana.

¿What?
Correria, cara-de-pois-é e a certeza de que iria ser uma viagem tensa.
Como um atacante de futebol que se joga na pequena área, Bob cavou um penalty e o juiz aceitou.
(Veja só, nessa empresa a gente tem algumas vantagens!)

Saímos de Sampa tão correndo que faltaram alguns acessórios básicos na bagagem, tipo: dicionário e mais doletas!!! Esse esquecimento ingênuo nos rendeu momentos hilários e de pagação desenfreada de mico.

Para uma paulistana que gosta tanto de argentinos como de cariocas, tive uma surpresa agradabilíssima. A cidade é linda, com um "quê" de Paris e as pessoas foram simpáticas e prestativas. Receberam a gente super bem e quando descobriam que éramos brasileiros, logo desandavam a hablar.

Os bobinhos aqui queriam falar em inglês para evitar confusões e embaraços, mas o povo queria mesmo é ouvir o nosso portunhol. Que língua mais rica esse espanhol, que permite tanta criatividade dos brasileiros.
Coisas como lejos viraram "longie" e que tal nada virar "nadie"? Claro que falávamos com o legítimo sotaque tenho-alguma-coisa-na-minha-boca, o que rendia mais risadas e menos credibilidade para nós.

Aprendemos muito nos restaurantes, ao descobrir que cuenta é realmente "conta", recibo é "nota fiscal" e precio é "preço". Mas ganancia é "lucro" e propina é "gorjeta".

Um dos momentos mais pânico foi perceber que a nossa maldita tarjeta não era aceita em p#$$# de estabelecimiento ningún. E que tínhamos que pagar com o pouco cash que tínhamos levado ou então comer em algum pulgueiro barato.

Apesar dos argentinos saberem que Buenos Aires não é a capital do Brasil (?!), um deles achou que as músicas típicas brasileiras eram a salsa e o merengue. #medo#

Poderia dizer que gastronomicamente a viagem foi um fiasco. Não fomos a Puerto Madeira (parem de perguntar isso!!!!) Vimos tudo, menos essa p#%%$$ que é uma rua revitalizada com ótimos restaurantes (que devem aceitar a m#r@@ do Dinners) e delícias como o Chorizo (carne nobre e tenra).

Mas afinal quem foi lá para comer?
Sim, nos comportamos bem.

De resto foi ótimo e conseguimos conhecer quase tudo: a praça dos pombos (leia-se Casa Rosada), o bairro de Palermo (uma legítima Vila Madalena), a Recoleta (o must dos descolados), a rua Florida (Bom Retiro total) e La Boca (a boca das bocas).

E agora, será que Milão aceita cartão? :)

[Tá males, hein querida!]

Continuando as peripécias portenhas, eu e o Bob nos arriscamos a mandar para dentro uns pratinhos típicos e baratinhos. Olhei para o cardápio e um inocente prato de milho com carne me pareceu tentador. Bob pediu uma sopa de frango com milho apimentado.

Quando os troços chegaram, descobri pq o meu prato se chamava Tamales. Era uma legítima pamonha com uma suspeitíssima carne roxa de qualquer coisa que um dia foi um ser vivo. (Pamonha é vc!)
Logrado, foi o Bob, que viu que o seu prato: logro, era uma sopinha sem vergonha com pele de frango ou seria pombo mesmo?

Eca! Nunca foi tão difícil terminar uma refeição. Minha fome azedou e meu companheiro de viagens se divertia mais com a minha cara de desespero do que com sua iguaria. No fim, comi um doce de leite e tudo ficou bem.

Até agora não foram registradas conseqüências maiores e o nosso aparelho digestivo passa bem. Fora a queda de cabelos, manchas verdes e perda da pele em algumas regiões do corpo, tudo está sob controle

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Beijos e Bytes

29 de mar. de 2011

Espírito de aventura e músculos de lata

[Em homenagem a Sonia, que tem um carro com tanta personalidade quanto a dela]

Logo no início da década de 80, meu pai arrematou para minha mãe um fusca amarelo 74 e nós fomos seu segundo dono, incorporando-o rapidamente à família.

À bordo do Amarelão, mamãe me levava para escola, me buscava na casa da amigas e fazíamos diversos passeios. Depois da adolescência, eu segui meu caminho e ele o dele, continuando com minha mãe.
Alguns anos depois (já estou sendo indiscreta demais com datas) meus pais o doaram a mim. Mas por uma dessas ironias bestas eu não dirijo (ooooooh!).

É gente, não dirijo! O transito é caótico, as pessoas são loucas, eu não tenho paciência e perdi a prática. Essa é uma combinação bem ruim e me agradeçam por não estar ai com meu porte de arma em dia nas ruas de Sampa.

Enfim, mesmo assim, eu aceitei o Fuca e o reformei, passando a nobre função de piloto ao Claudio, que a desempenha com gosto e agilidade.

Desde que ele está conosco, já passamos por muitas aventuras. Já protagonizamos cena equivalente a do furgão Amarelo de "Pequena Miss Sunshine":

Imagine duas pessoas empurrando, enquanto uma delas corre, entra no carro em movimento e acelera para que ele pegue no tranco. A outra pessoa (que não sabe dirigir) continua empurrando para que o veículo não perca a velocidade. Após o Fuca ligar, a cidadã, que ficou empurrando (ainda bem que ele é mais leve do que uma Kombi), corre para entrar nele em movimento.

Ok, podem parar de rir agora.

Já conseguimos concertá-lo com um grampo de cabelo, quando o cabo do acelerador soltou. Já tive que correr com um saco de gasolina na Av. 23 de Maio pq não sabia que quando o marcador mostrava "meio tanque", na verdade era "vazio".

E recentemente o Fuca, com seu senso de humor sarcástico, resolveu disparar a buzina (Eu acho que ele andou assistindo a "Pequena Miss Sunshine") quando fazia curva para a direita. Nem preciso dizer que a gente morria de vergonha e que eu já estava esperando levar um tiro ou coisa assim. Era só virar no farol é mmiiimmiiiimiiii. Os pedestres olhavam feio, os outros motoristas faziam caretas e eu ia afundando no banco do carona, sorrindo e acenando.

Mas em todos as nossas viagens com ele para Minas e Litoral Norte de SP, o Fuca nunca arriou. Mesmo na subida da serra congestionada de Maresias, onde carros mais modernos vão esquentando e parando no acostamento, nosso Amarelão seguia firme, de cabeça erguida.

Mesmo enfrentando uma trilha na praia e tendo que passar por rasos braços de rio que desaguavam no mar na Ilha Comprida, ele enfrentou o desafio (escatológico, eu sei. Não acredito como fizemos isso) com coragem e destreza.

E quando sua buzina, que estava muda há muito tempo, magicamente funcionou quando precisávamos dela para evitar uma batidinha, tive certeza de que ele tem alma, adora viajar e Sampa o deixa muito nervoso.

Portanto, assim como o carro da minha querida amiga Sonia (não é um fusca, é?) que algumas vezes decide o melhor caminho para ela, eu prefiro não contrariar o meu velho companheiro e continuar colocando-o na estrada. Quem sabe a gente não consiga chegar até o Atacama com ele? Pelo menos vai reder um belo post!

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Beijos e Bytes

28 de mar. de 2011

Livro por que qui-lo

Apesar dos esforços dos meus pais e professores, nunca gostei de ler.

Os livros do Colegial, os grandes Clássicos, me entediavam profundamente. Só lembro de gostar da coleção Vaga-Lume lida até a 5ª ou 6ª série, contos dos irmãos Grimm, as fábulas de Esopo e livros de Mitologia Grega.

Quando a professora nos passava um livro, calculava quantos dias antes da prova eu teria para ler 10 páginas diárias e assim, com dedicação Espartana, me forçava a cumprir o cronograma. Se eu chegasse à décima página com o parágrafo pela metade, parava ali mesmo.

Se deixasse de ler 1 dia, tirava o atraso e recalculava tudo de novo, sistematicamente. Anotava os personagens e suas relações em um papel, porque me era impossível fixar qualquer coisa lendo com tanta má vontade. O resumo ajudava na prova e, passado o teste, adeus livro.

Não foram poucas as vezes em que começava a ler o trecho do dia e no 2º parágrafo já estava em outro lugar, muito longe do livro. Pensava:"Putz, falta muito? Esse cara precisa descrever toooodos o detalhes da maldita penteadeira? Ai que saco, não fiz a lição de química! Huum que fome, acho que vou comer..." Ao final da página, percebia que não tinha registrado nada, nem uma letrinha sequer e tinha que começar tudo de novo, e de novo, e de novo. Era um suplício, um martírio.

Não entendia como isso iria me fazer gostar da leitura, me parecia uma causa perdida. E isso só me fazia odiar com todas as minhas forças certos autores.

De "Cidades e a Serra" só lembro da capa e das páginas repletas de texto com letrinhas miúdas. Não saberia dizer do que se trata, nem lembrar de nenhum personagem. Nem sei como fiz a prova.

Detestava "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Quincas Borba" que a cada "Ao vencedor, Batatas" tinha vontade de morder o livro. Só fiz as pazes com Machado de Assis quando conheci "Dom Casmurro".

"O Sertanejo" me perdeu logo nas primeiras 10 folhas. Quilômetros e quilômetros de textos descrevendo a Caatinga, o cacto, o lagartinho, a poeira... Não havia jeito de eu concluir aquele livro e cheguei para o teste pronta para improvisar. A professora não gostou muito da minha "re interpretação" da obra e só não tomei um zero pq tb era prova de gramática.

[Essa é uma daquelas lembranças memoráveis da minha infância, que me vejo sentada em frente à folha, recém saída do mimeografo, e o desespero me corroendo por não saber nenhuma resposta.]

A "Hora da Estrela" foi triste demais, chorava de pena da pobre Macabéia e também da Baleia, a cachorrinha de "Vidas Secas". Mas sentia raiva mesmo da professora (ou do sistema de ensino) que me obrigava a ler essas coisas e passar por sentimentos que eu não queria.

Mas nem tudo foi tão ruim, gostei de "Memórias de um Sargento de Milícias", "O Cortiço", "Senhora", "As Pupilas do Senhor Reitor". E devo agradecer a Julia Gam e Marcos Paulo por me ajudarem a concluir o "Primo Basílio".

Os anos passaram e já que não era obrigada a ler, abandonei com ranço os livros. Nem me sobrava tempo, muitos textos para ler na faculdade, depois fui trabalhar. Não parava em casa, meus dias eram divididos entre os amigos, namorado, curso/trabalho e atividades físicas. Se estava em casa, era para dormir ou para ficar feito um zumbi em frente a TV.

Mas me sentia culpada e os benefícios da leitura continuavam ecoando na minha cabeça. Foram precisos alguns anos para eu me reencontrar com os livros. E foi Tolkien quem me mostrou a magia.
Li os "Hobbits" e adorei. Assisti aos filmes e me propus a completar a trilogia, mesmo sabendo que não seria fácil, pois todas as surpresas tinham ficado nas telas. Ledo engano, Tolkien é fascinante.

Desde então, já foram alguns: o 1º Harry Potter, muitos que viraram filme, Best Sellers, Paulo Coelho (só para conhecer), Fernando Pessoa, livros técnicos, não-ficção e outros que nem lembro. Dos Clássicos, ainda não reli nenhum, tudo tem sua hora. Mas não tenho pretensão de ler "100 Anos de Solidão" ou Dostoievski. Sei que não tenho vocação para intelectual.

Mas é maravilhoso descobrir que um universo surge cada vez que vc abre um livro. A leitura em si é solitária, egoísta, mas ao mesmo tempo vc empresta ao autor sua voz, ritmo e cadência.

Em certos trechos de ação leio com sofreguidão que nem consigo compor o cenário direito e volto com mais calma. E como não poderia deixar de ser, sigo algumas regras que me impus: jamais ler o final do livro antes do término, não comece outro sem terminar o que está lendo e termine a qualquer custo, fato que tem sido fácil, desde então.

Nunca mais usei meu cronograma de leitura e só paro de ler quando atinjo um novo capítulo ou quando outra atividade me espera.

Ao final de cada história sinto um misto de tristeza e alegria. Fico feliz ao concluir a trama, mas vou sentir falta dos personagens/autor que conheci e convivi quase que diariamente.

Ao término da última página, releio as abas, a contra-capa e ainda fico contemplando o livro, meio que me despedindo.
Mas depois virão outros e mal posso esperar para voltar aos emaranhados da minha cabeça e recriar o universo do autor.

Quem será o próximo que vai me fazer mergulhar por horas e horas de silêncio na multidão de pessoas, sons e cores que surgem das páginas impressas de cada nova descoberta?

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Beijos e Bytes

22 de mar. de 2011

Papel acompanha?

Um amigo meu me disse ontem que vai se casar e foi até surpreendente, pois ele sempre se mostrou avesso a ideia. Não que ele não quisesse se comprometar com alguém, muito pelo contrário, ele já namora há alguns anos e eles sempre formaram um casal feliz.

Mas me arrisco a dizer que o que o incomodava no matrimônio é que este sempre foi uma indústria e sua busca, muitas vezes, esteve longe de ideais românticos, salvo raras exceções.
Não canso de ver pessoas que olham em seus relógios biológicos e decidem se casar pq "já é tempo", ou "pq os pais os estão pressionado", ou" pq todos os seus amigos já casaram". Para as mulheres tb se soma a justificativa de que querem ter filhos e o tempo está passado. Nem estou comentando aqui os que se casam por interesses financeiros, como se o matrimônio fosse o mesmo que procurar emprego.

Como uma idealista, não posso deixar de criticar essa posição. E entendo que por milênios, o casamento nunca incluiu o amor em suas prerrogativas. Mas ainda me espantam as pessoas que continuam seguindo cegamente essa tradição, sem questionamentos, sem olhar a fundo para seus corações e escutar o que eles estão dizendo.

Certa vez li em algum lugar (perdoem-me se foi alguém célebre que disse isso, tenho memória de peixe) que as pessoas procuram um companheiro, pois elas não suportam a ideia de ver suas vidas passarem em branco, que precisam de uma testemunha para acompanhar-lhes os passos, as conquistas ou até as pequenas coisas do dia a dia.

Eu concordo parcialmente, na verdade, eu procuro mais do que um observador passivo da minha vida. A pessoa que ocupa plenamente a vaga no meu coração está mais para roteirista, que, enquanto escreve sua própria história, mistura-se à minha, interferindo, mudando, somando.

Não quero um crítico que só queira me mudar ou me puxar para baixo, tirar meu crédito, minha auto-confiança. Não quero um diretor, que só vai me dar ordens ou um produtor que só vai trazer dinheiro. Eu quero um roteirista, esse sim, vai me ajudar a compor, criar e refazer planos que não ficaram bons. Ele vai estar junto comigo nesse projeto, pq ele entende que o projeto tb é dele.

Eu confesso que eu encontrei essa pessoa e que da nossa forma estamos casados. Sem papel, sem igreja, com o simples, mas forte, comprometimento de nossos corações, que não precisam de imposições para ficarem juntos. E tenho certeza de que temos o consentimento Divino, pq eu duvido que ele não abençõe a nossa casa e as nossas vidas, pois só temos coisas boas a agradecer.

Esse post é para todos vcs, que se recusam a fazer o que tem que ser feito e quando o fazem são movidos por seus ideais, incluído vc, meu amigo, que decidiu casar-se por ter a certeza de que encontrou a pessoa certa que vai ajudá-lo a seguir seu sonhos e sua vida. Se vcs escolheram a forma tradicional ou não, isso não importa.

E ao Cláudio, que costumo chamá-lo de meu "Domingão de Sol", declaro aqui para todos os virtualmente presentes que te aceito como meu roteirista até que a morte nos separe! Te Amo!
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Beijos e Bytes

14 de mar. de 2011

Quem está batendo na portinha do seu coração?

[Este texto ficou rascunhado, encalacrado, aguardando uma conclusão. E lá vamos nós!]

Faço um breve relato do meu carnaval não a título de lhes contar sobre minha vida, mas para gerar uma reflexão. Ah, nada disso, é para tirar um sarro básico, mesmo.

Sem muito tempo para escolher um destino novo, voltamos (eu e eu meu namorido) para Ilha Comprida. Destino ao qual recomendo veementemente por partilhar um espetáculo ímpar com suas praias, trilhas e fauna.
Desta vez nos hospedamos em um casarão-pousada, cuja vista do quarto era magnífica, mas para a gerente faltava-lhe um parafuso da cabeça. Talvez mais, até.
Logo na nossa chegada, ela nos disse:  "Desculpe-me não poder ajudar vcs com as malas, mas eu estou com a mão enfaixada pq caí no chão ao tentar desviar de uma cobra aqui na porta da pousada".

Huuumm, interessante essa abordagem. Eu gosto de natureza, mas a notícia de uma jararaca na entrada do local em que iria passar 4 dias não me pareceu muito encorajadora. Enfim, não encontrei a dita cuja, só sua refeição preferida, uma aranha peluda, que estava com pressa e pouco interessada em fazer contato.

Aos poucos, fomos descobrindo nossos colegas de pousada, colegas não, irmãos, já que uma congregação inteira de religiosos estava hospedada lá tb. Era aquele tipo de religião com pastor, pessoas cantarolando com violões, onde todo mundo faz tudo junto o tempo todo.

Havia tb 2 famílias de franceses, que eram bastante simpáticos, arranhavam o português e não incomodavam ninguém.

Neste momento, faz-se necessário informar que minhas interações com estranhos são mais observativas e aguardando um contato. Dificilmente vou puxar papo e virar best-friend-me-adiciona-no-seu-face. Cumprimentava o povo quando passava nas áreas públicas e só.

Certo dia, meu namorido acordou mais cedo e foi ler na varanda, o líder do grupo religioso, aproveitando-se de sua vulnerabilidade, pois estava sozinho, abordou-o e puxou um papo que deve ter durado uns 15 minutos, tempo suficiente para que ele já virasse broder do Claudio e começasse a querer nos incluir nos passeios.

Claudio, que tb se relaciona com estranhos da mesma forma que eu, foi educado e declinou convites, mas no dia 08/03, mais conhecido como dia da mulher, exatamente às 06h40 da matina, um "toc toc" na nossa porta ocorreu, seguido de uma musiquinha acompanhado do violão: "Quem está batendo na portinha do seu coração, la, la, la, la."

Eu desacreditei e o Claudio achou que era no quarto ao lado, mas o "toc toc" seguindo da música se repetiu: "Quem está batendo na portinha do seu coração, la, la, la, la."

A essa altura eu resolvi abrir a porta antes que aquele pesadelo me privasse de mais minutos de sono. Abri uma micro-fresta e 2 dos religiosos felizes me deram um bombom e me fizeram uma saudação pelo dia das mulheres.

Eu odeio gente feliz logo cedo! O DE I O
- "Dia das mulheres é o c@@##@! Precisava ser tão cedo?" - Foi isso o que eu pensei, mas eu apenas sorri e agradeci. Não prolongando mais a situação bizarra ao qual me encontrava.

Enquanto isso a gerente da pousada praguejava e xingava: "Seu bando de barulhentos, não quero mais vcs na minha pousada". Claramente ela faltou nas aulas de atendimento ao cliente, mas enfim, eu concordava.

Nosso carnaval seguiu sem mais intervenções bizarras a não ser da nossa desregulada anfitriã que nos alertou para trancarmos tudo pq tinha um moleque que passava nos quartos roubando celulares, notebooks e demais itens cobiçados.
- Hein?
E ela ainda arrematou:
- Tomara que roubem os computadores desses baderneiros!

Embora o sol não tenha colaborado muito, Ilha Comprida é sempre um paraíso e iniciamos nosso retorno a Sampa testemunhando a revoada de uns 30 Guarás para Ilha do Cardoso.
Coisa linda, percebida por poucos e entre outros mimos da natureza fez nosso passeio valer a pena.
É como dizem: - "Ai sim, hein?"

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Beijos e Bytes

Deus nos ajude!

Esse lugar aqui era para ter mais assuntos polêmicos, mostrar todo o meu lado ácido e crítico, mas eu ando meio bunda-mole. Hj será diferente! É uma segundona brava, o carnaval passou e o ano realmente começou, então lá vai:

Desde que me conheço por gente fui ensinada segundo a cartilha dos católicos apostólicos romanos, mas acho que sem querer, minha avó Dulcinha, acabou acrescentando um capítulo à minha criação que instigou minhas primeiras dúvidas sobre essa história toda.

Quanto mais ela me dizia para respeitar os animais como iguais pq Deus os tinha colocado no mundo junto conosco, mais eu concordava. E ela tb me dizia para respeitar e rezar para Deus, coisa que eu tb fazia. Mas eu confesso que achava muito estranho em certas passagens da Bíblia, o povo sacrificando animais e oferecendo-os ao Divino para aplacar a sua ira ou para festeja algum grande acontecimento. Aquilo não fazia sentido nenhum. Pq sacrificar uma criatura, supostamente inocente,  iria deixar Deus mais contente?

O tempo foi passando e fui conhecendo mais sobre as outras religiões, se bem que eu nunca fiz um estudo muito profundo, mas sempre que alguém tem uma crença diferente da que eu conheço, sento-me para conversar e ouvir em que ela acredita (Tá nem sempre. Eu fujo daquele povinho fanático que fica querendo converter todo mundo)  Certos mitos foram caindo por terra e certos preconceitos foram surgindo tb.

Hj eu não sou mais católica apostólica romana, eu tenho uma nova religião: a neo-católica-zen-budista-pro-espírita.

Eu decidi acreditar em coisas que me façam bem e que não façam mal aos outros. Não posso acreditar cegamente em uma religião que promoveu massacres e queimou pessoas vivas em nome de Deus. Tb não posso dar o menor crédito para qqr um que convença as pessoas a "comprarem" um pedaço do céu, como promessa de eternidade feliz. Como pode o dinheiro, algo tão mundano, trazer a felicidade eterna?
Não faz o menor sentido nenhum tipo de tortura ou subjugo de seres mais fracos e nem a intolerância à outras pessoas só pq seu Deus se chama Alá, Shiva ou Rá, sei lá.

Eu preciso acreditar que existe uma força maior que criou tudo isso aqui, pois me dá conforto nas horas em que eu me sinto totalmente sozinha. Então, meu Deus existe, mas ele tem diversos nomes. Assim como seus filhos: Jesus, Maomé e Ganesh... Acho engraçado como as religiões tem tantas coisas em comuns. É de se desconfiar de algo.

Tb acredito em seres de outros planetas e de outros planos. Acredito que as pessoas são atraídas por energias semelhantes, coisas boas atraem coisas boas e seus antônimos tb. E acho que alguns são verdadeiras antenas, pessoas mais iluminadas que captam coisas que a grande maioria nem imagina que exista. Talvez os Santos, Profetas e Médiuns sejam esses tais.

Já acreditei nos seres invísíveis que roubavam pequenos objetos, que caíam no meu antigo quarto em frente ao espelho do guarda-roupa.  E não gosto de quebrar espelhos.

Tb tenho meus dias ateus em que não acredito em absolutamente nada, achando que essa existencia não passa de uma série de fatos aleatórios e sem sentido. Mas um forte conceito de moral e ética ainda me segura e me impede de cometer tantos assassinatos quanto eu gostaria. :)

Quanto mais conhecimento vc adquire, impossível deixar de se questionar sobre as verdades absolutas deste mundo. É por isso que a ignorância é um agente pacificador e idiotizador, nivelando todos a ruminantes em um pasto. Mesmo que esse discurso me pareça anarquista demais, é um item a ser analisando nesta minha humilde reflexão.

Enfim, a religião como ferramenta de controle do povo não é uma ideia nova, mas eu tendo a achar que ela é necessária até pq acredito que o ser humano é naturalmente mau. Thomas Hobbes me apoiaria neste momento. Posto isto, não posso defender uma total ateisazão (não deve existir essa palavra) senão esse planetinha seria anda mais selvagem, mas acho que uma maciça e contínua dose de educação, somada a religião (se dissociada de poder político e econômico), poderia sim tirar o povo do lamaçal em que nos encontramos.

Enquanto essa nova Era não chega, eu continuo acompanhando as notícias trágicas do Japão, a Guerra do Oriente Médio, os atos de violência e corrupção em nosso país, os movimentos xenofóbicos e homofóbicos pelo mundo e os crimes contra a natureza, e peço para o meu Deus falar com o Deus de cada um para ajudar a todos nós.

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3 de mar. de 2011

Sorria

Eu gostaria de usar esse espaço virtual para fazer um merchan básico. Mas não é pq estou sendo financiada, mas pq eu realmente acredito neste produto ou melhor, nessa revista.

Eu não escondo de ninguém que coisas virtuais não são a minha preferência e nada como folhear uma revista novinha, sentir o cheiro do papel, da tinta. Ver com calma as imagens, os textos e levá-la embaixo do braço para qualquer lugar. Eu adoro uma revista!

E surpreendendo a maioria das previsões, os veículos impressos não acabaram por causa da internet, acho até que se segmentaram mais e multiplicaram. Hj deve ter revista para os colecionadores canhotos de aeromodelos da década de 40. As masculinas tb aumentaram e se diversificaram, além das peladas (tá, pode pensar em futebol, se quiser) tb tem aquelas que abordam saúde e beleza (quem diria?).

As femininas não ficam atrás, além de dezenas de fofocas, milhares de receitas, novelas, moda, elas se dividiram em faixa etária, das adolescentes às lobas, tem de tudo.

E no meio de tantas coisas diferentes, muitas com o conteúdo bem igual, uma, que não está nem na banca, me chamou a atenção.

Ela é bem fininha, com uma capa fora do padrão, sem modelos famosas, poses de divas. São closes de pessoas comuns, carregadas de emoção, nada plastificado. Sua função é nobre, a renda da revista é revertida para instituição que cuida do Câncer Infantil (GRAAC) e isso já seria motivo suficiente para comprá-la.
Além disso, o preço é bem acessível, uns R$ 2,50.

Mas a verdade é que essa revista faz um bem danado. Não tem como vc não se emocionar com ela. E eu não estou falando de tristeza, estou falando de vida. Como as matérias são cheias de amor, de vontade, de capricho! Não é enlatado, não é sobre coisas da moda, aborda temas considerados ultrapassadas, como prazeres simples: um banho de mar de madrugada, uma receia de doce de abóbora da vovó, como é gostoso morar em vila, como respeitar as diferenças...

Eu sempre espero a próxima edição com ansiedade, é a única que faço questão de comprar todos o números. E quando acabo de lê-la eu sempre dou de presente para alguém. Acho que uma coisa que faz tanto bem, não pode ir para o lixo, mesmo que seja reciclado, tem que ir para as mãos de alguém que me é querido.

Não sei dizer quantas vezes achei que a revista tinham sido feita para mim e espero que ela tenha provocado as mesma reações positivas para as pessoas que as receberam de presente. Espero que tenha provocado um sorriso, desenterrado uma lembrança gostosa e lógico, espero essas pessoas tenham se tornado leitoras como eu.

Essa revista me faz pensar que na luta para sermos felizes, muitas vezes, estamos desviando tanto do caminho ou estamos tentando coisas erradas. Para mim, vai ficando claro, que simples é a resposta. Ser simples é o segredo e não sei pq tem que ser tão difícil.

Emfim, eu não disse o mais importante, seu nome: Sorria! Não poderia ser outro e traduz tudo: http://www.revistasorria.com.br/

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23 de fev. de 2011

A Mega liquídação das Almas

[ Esse texto é de Março de 2003 e me fz lembrar das conversas divertidas que tinha com minha sumida amiga Luisa]

Quando as pessoas querem justificar a beleza incomum de certas partes do corpo ou mesmo de todo o conjunto de alguém, é comum apelar para a divertida alegoria da fila. Geralmente, quando uma mulher possui peitos naturalmente bonitos, por exemplo, alguém sempre emenda:
- Ela deve ter passado duas vezes na fila dos seios antes de nascer.

Aproveitando-se desta história, minha amiga Luisa bolou uma intrincada logística para explicar todo o processo. Acompanhem! Coloquei um toque meu no meio de tudo.

Para a Luisa, o momento de escolha das características (tanto físicas como psicológicas), que teremos em nossa vida futura assemelha-se às mega liquidações das grandes lojas de departamentos americanas: aquele monte de gente se acotovelando para pegar os produtos top. Diante de tanta pressão, correria e baderna nem sempre é possível ficar com o melhor e a pessoa precisa se contentar com uma blusa que ficou grande, por exemplo.

Então, agora, imaginem a cena: um monte de almas perfiladas em algum estágio paralelo esperando o momento para correr para as filas (do cabelo, da esperteza, da cor dos olhos e etc). Na hora H é aquele empurra-empurra, um pega-para-capar e um salve-se quem puder. Se você conseguiu aquele suculento pandeiro*, ótimo! Mas vai ter que se contentar com aquele narizinho meia boca, que sobrou.

Mas como tudo nessa vida, há casos de pessoas privilegiadas que puderam ir nas filas sem pressa, sem ninguém e assim, passaram horas lá escolhendo tudo com muita cautela. São casos notórios de protecionismo celestial: Rodrigo Santoro, Marilyn Monroe, etc.

Minha amiga, nada ébria nesse momento, completa que o período de gestação dos bebês é que define quanto tempo essa pessoa terá para escolher todas as características. No caso dela, que nasceu com menos de 9 meses, ficou faltando um tanto para ela sair como queria.

Então, eu também saí no prejuízo, já que nasci de cesariana. Não estava preparada para sair, não deu tempo de escolher a barriga tanquinho e nem as coxas tipo Feiticeira. Fiquei muito tempo na fila do cabelo.

Fazendo uma associação rápida poderemos notar que a Gisele Bünchen deve ter tido uns 14 meses de gestação ou era protegida do HOMEM, que deixou ela freqüentar a Macys do corpo em um feriado, sozinha e sem pressa para acabar.

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Beijos e Bytes

*Pandeiro é uma gíria rasgueira, mas nem tanto, para a preferencial nacional, o bumbum.

16 de fev. de 2011

A grande sabotadora

Sabe quem é seu pior inimigo? Vc tem um espelho? É isso, é vc mesmo!

Vc que se coloca nas mesmas situações que já deram errado. Vc que deixa que os outros te ofendam ou te tirem do sério.

Inventamos conspirações novelescas, achando que alguém quer o nosso mal e está nos perseguindo, ou que querem tirar tudo que vc tem. E às vezes a tal pessoa nem está tão empenhanda assim em te sabotar.

Somos atormentados pela culpa que nós mesmos assumimos, por deixar de acreditar nas coisas, por colocar nossa coragem na gaveta, bem lá no fundo, deixando que a apatia a consuma pouco a pouco.

Por tentar desesperadamente se enquadrar no que a sociedade diz ser o padrão e que muitas vezes não é nada daquilo que vc queria. E nas poucas tentativas de escapar da caixa, vc acaba se preocupando obsessivamente com que os outros vão dizer ou pensar de vc.

Hj, algumas dessas coisas estão me atormentando e eu estou infinitamente triste com NADA ou com TUDO.

Esse texto é uma tentativa de sair dessa minha armadilha, dessa minha porção derrotista que, de vez em quando, me toma de assalto.

Para o show não parar, ele precisa começar

Dançar no teatro Bradesco foi um grande desafio para mim. A escola de dança que frequento faz no final de todos anos uma apresentação com os alunos. Um espetáculo mesmo, com direito a figurino, cenário, iluminação e em um teatro bacana.

Em 2009 foi no Frei Caneca e em 2010, mais ambiciosos, fizeram no Teatro Bradesco.

Eu gosto de dançar, mas não gosto de errar. E ainda mais neste caso que eu tinha um solo. Queria que a minha apresentação fosse perfeita, irretocável, Madonniana (Já disse que sou muito fã de Madonna?). Mas, quanto mais eu ensaiava e mais me cobrava, pior ficava. Me davam uns brancos, eu dançava feito um robô.

Nas 3 semanas que antecederam ao espetáculo, meu organismo estava totalmente desbalanceado e aquele minha vozinha interior ficava me sabotando: "Pq vc está fazendo isso? Vc só erra, vai passar vergonha. Desiste logo. Vc não nasceu para isso. E se as pessoas te acharem horrorosa e se as outras meninas quiserem o seu lugar?". [Huum, meio Cisne Negro isso, hein?, mas juro que este texto foi feito antes do filme ser lançado].

Até meu professor já tinha me falado que eu deveria curtir mais e me cobrar menos que o desempenho seria melhor. E olha que eu nem sou profissional, era para ser diversão, sem compromisso.

Mas nada me acalmava. E a cada ensaio geral, mais pânico, mais descontrole. Em um dos ensaios eu cheguei ao meu limite, desejei quebrar a perna para não ter que dançar.

Por sorte, recebi uma ajudinha no momento certo. Acabei tendo a oportunidade de fazer uma aula de yoga  algumas dicas me ajudaram a controlar minha ansiedade até chegar o dia da apresentação.

Cheguei ao grande noite mais ou menos sã e eu travei uma batalha interna para que eu conseguisse relaxar e aproveitar a maravilhosa oportunidade de me apresentar em um teatro que é palco de grandes atores, bailarinos e diversos artistas.

No dia, casa cheia, cerca 1.500 pessoas. E posso dizer sinceramente que curti! Errei sim, mas não foi nada de mais, acho que não comprometeu. E apesar de não ser um espetáculo profissional, foi algo muito grande para mim.

Eu tenho que lembrar sempre dessa apresentação, pois acredito que ela seja um marco. Ela representa o dia em que eu me venci. Venci meu lado pessimista e que me sabota. E de agora em diante, essa tem que ser a minha batalha.

[Já estou me sentindo um pouquinho melhor ;)]

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Beijos e Bytes

15 de fev. de 2011

Revirando os baús da memória

Dia desses, pensando no meu blog, eu tive um flash (não, não estou usando drogas ilícitas) e surgiu-me um fato remoto da minha infância.

Lembrei-me do concurso de redação que participei quando tinha 8 anos, na escolinha em que eu estudava. O tema era "Paz no Trânsito" e eu acabei ganhando a medalha de 2º lugar. Tive que subir em um palquinho e ler a redação para uma pequena platéia, que incluía alguma Autoridade ligada ao Detran ou algo semelhante. Devia ser alguma iniciativa da Escola  para começar a educar as crianças e evitar o caos nas ruas.
[Huuum, acho que o esforço foi pequeno]

Enfim, a medalha, eu tenho até hoje, mas a redação eu não guardei. Estava perdida para sempre.

Não exatamente, meu pai, orgulhoso por descobrir que, embora sua filha não mostrasse aptidão nenhuma para exatas, tinha lá uma quedinha por humanas, guardou a redação até hoje em uma pasta de capa dura.

Neste domingo, toda feliz, fui resgatá-la e me reencontrei com aquele pedaço de papel pautado, amarelado, com a minha letrinha meio cambaleante e calcada com força na folha.

A história da redação é real e ela voltou bem viva na minha mente. Bem triste também, algo que uma criança não deveria ver, mas ela só prova que desde pequena sempre tive um muito amor pelos animais.

Eis meu texto pueril:

29 de novembro de 1983

"Paz no Trânsito"

No Brasil, nas ruas, os motoristas de trânsito não obedecem os sinais e batem, atropelam animais e pessoas e muitas outras coisas acontecem.
Por exemplo, um dia eu estava passeando com a minha mãe e chegou um Fusca branco. Dentro dele tinha um casal de ingleses e um doberman filhote, que saiu do carro e nem viu um Passat que estava a mais ou menos 80 ou 100km por hora. O carro bateu no cachorrinho. O cachorrinho saiu rolando e quando chegou na outra calçada, ele morreu.
O Passat nem ligou foi embora e eu chorei muito. Mas se os carros obedecessem as placas nada disso aconteceria.

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Notas mentais:
1.Como eu sabia que o casal era inglês?
2.Um Fusca e um Passat? Putz, nem que eu quisesse, conseguiria esconder a época em que esse texto foi escrito ;)
3. Crases nunca foram o meu forte

Beijos e Bytes

10 de fev. de 2011

A Fábula Corporativa

Era uma vez, nesses tempos modernos, uma empresa, em uma cidade como todas as outras. O sol ardia quente e o ventilador girava preguiçoso, fazendo um ventinho que não refrescava, mas bagunçava os papéis soltos na mesa da recepcionista.

Um senhor, esperando ser atendido, tomava o café morno da cafeteira.

De repente, surge, todo esbaforido, um jovem, meio andando, meio correndo, passa na frente do senhor e diz ao atendente no balcão:

- Rápido... por favor... precisa ser agora...tenho que ser atendido...imedia..

- Calma, mocinho! Vc passou na minha frente! Sabes com que falas? Sou Importante, tenho preferência, eu gero dividendos para a empresa, rentabilidade...

- O Senhor não me entende! Eu sou Urgente tenho que passar na sua frente, agora...

E antes de terminar a sua frase, ele saiu correndo e entrou no depto comercial, passando pelas mesas, causando uma pequena baderna. Até que foi atendido pela mocinha de vendas.

E assim, na sequencia, depois do Urgente, chegou o Ultra Urgente, o Master Urgentíssimo, o É-para-ontem-pelo-amor-de-deus! E com eles vieram tb o Retrabalho, o Serviço Mal-Feito e as Horas Extras.

Importante ficou lá, esquecido, meio aturdido com tanta correria, ele achava que Dona Prioridade iria ajudá-lo, iria colocar ordem nas coisa, mas sozinha ela não dava mais conta.

Principalmente, depois que aposentaram o Planejamento . Ele era tão bom funcionário, correto, mas ganhava muito, gastava muito tempo para concluir suas tarefas, sempre impecáveis, mas muito demoradas.

Depois que ele se foi, o Cronograma nunca mais foi o mesmo. Esse estava sempre atrasado, desatualizado e dia após dia o batalhão de Urgentes invadiam a rotina de trabalho.

Importante foi ficando para trás e de tanto esperar, sofreu uma transformação, virou um Já-era-seu-prazo-acabou. Não deu nem tempo de virar um Urgente. Coitado, se foi...

Quando a Liderança percebeu o engano, era tarde de mais. Essa não era a primeira vez e muito se perdeu.

Liderança convocou uma reunião, e ali debatendo que nem loucos, tentando identificar culpados e falhas do Sistema (ah, o Sistema, ele é sempre culpado), foi a tiazinha do café,  Dona Bom Senso, que interrompeu com sua simplicidade, dizendo para sua boquiaberta platéia:

- “Em terra onde o Urgente é melhor que o Importante, o Prejuízo é rei.”

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Beijos e Bytes

7 de fev. de 2011

A arte ainda vai salvar o mundo

Se há uma coisa que me impressiona positivamente nesse mundo é a arte. Independente da forma como ela se manifesta, seja música, pintura, cinema, dança... definitivamente há algo de divino nisso.

Se não, como explicar que pessoas tão diferentes, com formações intelectuais tão diversas ou até mesmo com limitações físicas possam ser grandes artistas? Como explicar o Aleijadinho, Beethoven e Suzane Boyle (para citar um caso recente)?

A arte atinge as pessoas de forma tão intensa, tão irrefutável que mesmo uma pessoa sem estudo pode ser um grande pintor ou alguém com limitações físicas pode ser um grande músico.

É avassalador, é inexplicável e é maravilhoso. A arte não escolhe credo, cor e classe social. É libertador, é tão transformador que atinge seu criador e dá a ele outra opção de existência. Quantos casos ouvimos de pessoas que abandonaram o crime, que passaram de marginais a dançarinos?

E os efeitos em seus admiradores? Uma música pode trazer paz, um quadro pode acordar a felicidade e um filme consegue resgatar a esperança. Mesmo que por uns minutinhos apenas, a arte traz a tona o que temos de semelhante, o que nos une, afinal: os sentimentos.
Vc já viu guerras em nome da arte? Já ouvi falar dos Leonarditinos em confronto com os Michelangelitas? Isso não existe. A arte é apaziguadora.

Diferente da religião, que tinha a função de acalmar e confortar as pessoas, mas acabou virando desculpa para os maiores atrocidades às civilizações, a arte não exige nada e nem te toma nada, ao contrário, te abre caminhos.

Não sei dizer quantas vezes uma música salvou o meu dia. E nem tão pouco enumerar os filmes que me fizeram refletir e abandonar meus pensamentos ruins.

Independente do nome que tenha o seu Deus, é dele que vem arte. É uma das poucas coisas que genuinamente nos aproximam do Criador.

Ah, vc é ateu? Não se preocupe, a arte vai salvá-lo assim mesmo!

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Beijos e Bytes