28 de dez. de 2012

Não resisto a uma retrospectiva


Faltando menos do que 4 dias para a chegada do Ano Novo resolvi romper meu silêncio neste blog para escrever minha retrospectiva. 

Assim de prima, diria que 2012 foi dose. Principalmente pq acho que anos pares são ruins. (Consulte a minha teoria nesse post )


Um ano difícil. Perdi pessoas queridas, roubaram meu amado fusquinha e saí do meu emprego sem ter nada em engatilhado. Também descobri que errei na avaliação de caráter de alguns, me decepcionando com eles.

Mas como tudo nessa vida é relativo e depende do referencial adotado, resolvi dar mais uma chance a este ano e pensar "fora da caixa", ser menos drámatica (que é o meu normal).

2012 foi um ano introspectivo para mim, tive bastante tempo para ficar sozinha com meus pensamentos e de vez em quando encará-los. E isso é ruim? Não, absolutamente não. Pode ser aterrorizante no início e é difícil admitir certas coisas, mas importante para tentar mudá-las.

Percebi que pequenas coisas me fizeram muito feliz, shows bacanas, estar com pessoas que amo, ir à praia, conhecer lugares novos, tentar novas receitas, ir mais ao cinema, ler mais livros, escutar mais músicas, aprender coisas novas, conseguir comer menos carne e praticar mais Yoga. 

Ah sim e eu casei! Do nosso jeito, mas casamos! Sem igreja, sem festa, apenas o reforço de nossas intenções. A promessa, feita sem intermediários, de que estamos verdadeiramente engajados em fazer o outro feliz. E temos certeza que, apesar de não termos seguido as vias tradicionais, somos abençoados por Deus desde o primeiro dia em que nos encontramos.

Novas pessoas entraram na minha vida e outras vou deixar ir embora. Chega de ficar prolongando e arrastando essas coisas inevitáveis. 

Graves problemas de saúde rodaram a minha família, mas agora está tudo bem, com recuperações positivas.

E eu acho que recuperei a minha coragem, sacudindo mesmo o que estava estagnado na minha vida. Algo que deveria ter feito logo no início de 2012.

Também quebrei um antigo paradigma, o das grandes expectativas para o fim do ano. Não esperei e nem espero coisas mirabolantes, apenas que eu não queime a ceia ao prepará-la e que possa estar junto da minha família. E sinceramente, por pensar assim, tive um natal especialmente bom.

Então, visto sob este prisma, este ano teve seus altos e baixos, mas o saldo geral foi positivo.

Claro que espero ansiosamente 2013, vamos enfrentá-lo com suas surpresas, suas tristezas e lógico, alegrias.  

Meu desejo para o ano novo é menos drama e mais comédia. Tudo depende do nosso ponto de vista.  

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Beijos & Bytes

24 de out. de 2012

Expectativas Cinematográficas

Não posso falar por todas as meninas da minha geração - os ingênuos e embaraçosos anos 80 - mas acho que consigo incluir uma boa maioria, que nessa época era adolescente e sonhava com o seu primeiro amor.

Diferente da geração nossas mães e avós que sempre imaginaram o príncipe montado no cavalo branco, pronto para livrá-las de apuros, sendo o homem perfeito para criar os filhos e viverem felizes para sempre, nossa geração começava a ver que "sempre" era meio relativo e que esses contos de fadas eram muito, muito distantes da nossa realidade.

Nosso imaginário começou a ser povoado por outro tipo de fantasia, uma que parecia ser um pouco mais real, mas que na verdade era igualmente irrealizável.

Para mim, naquela época, meu primeiro namorado deveria ser engraçado e popular como o Ferris Bueller (Mathew Broaderick) em Curtindo a Vida Adoidado, também deveria ser meio rebelde como McCormack (Kevin Bacon) em Footloose, mas também poderia ser um pouco tímido e fofo como Marty Mcfly (Michael J. Fox) em De Volta para o Futuro.

Um adicional importante seria se ele dançasse bem como Patrick Swayze em Dirty Dancing. Aliás, eu tinha um ódio mortal da fulaninha que contracenava com ele. Achava a moça feia e sem graça.

Já outras meninas curtiam a linha bonitinho mais ordinário, tipo Johnny Depp em Férias do Barulho  ou os bonitões problemáticos de Vidas de Sem Rumo.

Nem vou mencionar os padrões de beleza, porque os exemplos eram muitos, entre eles: Patrick Dempsey de Lover Boy - Garoto de Programa, Kevin Costner (Guarda-CostasOs Intocáveis), Val Kilmer da comédia Top Secret e seu companheiro de filme Tom Cruise em Top Gun  (que eu particularmente não achava tão bonito assim), sem esquecer de Harrison Ford, nosso eterno Indiana Jones e ao mesmo tempo Hans Solo da saga Star Wars.

O tempo foi passando e minhas experiências saltaram das telonas para a vida real bem diferentes dos filmes.

Descobri que aquele estilo encantador tem seus dias de mal humor. Ou é engraçado, mas não é romântico. Aprendi na prática que é muito difícil encontrar um esteriótipo! Quem diria?

Você percebe que todos tem defeitos e afinal de contas também não somos nenhuma Kim Basinger ou Kelly LeBrock.

E ai, um dia, depois de algumas tentativas e erro, depois de reformular seu homem ideal, cortar alguns itens inatingíveis (um cara que não goste de futebol), refazer alguns cálculos (tá bom, tá bom, não precisa cozinhar para mim todos os dias) e atualizar a versão para uma mais próxima da realidade (ok, ele pode arrotar na minha frente, mas não pode usar o banheiro ao mesmo tempo que eu) você se depara, sem querer, com o mocinho da sua história romântica, o herói para a aventura da sua vida.

Descobre também que as coisas não precisam ser grandiosas como salvar os rebeldes do ataque do Império ou fazer com que toda a cidade careta aprove uma festa com músicas ditas "profanas".

Um simples gesto, algo como me ligar num dia chuvoso e perguntar se levei o guarda-chuva para o trabalho ou se eu preciso que me busque no metro, já o transformou no meu Indiana Jones me resgatando de uma armadilha na tenda do inimigo.

Acho que uma das boas coisas da maturidade é a vontade que sentimos de deixar as coisas reais mais simples e as coisas fantásticas para o cinema. Dessa forma acho que a gente se diverte mais.

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Beijos e Bytes





17 de out. de 2012

De que vc é feito?

A tentativa de definir o ser humano não é fácil e nem recente. Nem preciso dizer que pessoas como Platão, Sócrates e muitos outros dedicaram suas vidas nessa busca e alguns até foram sacrificados por isso.

A religião também tenta definir do que somos feitos e de onde viemos. Uma coisa parece ser comum à todas as tentativas de definições, que somos todos iguais, feitos da mesma matéria. E para quem acredita, somos uma parte de Deus.

Sendo assim, deveríamos tratar todos com o mesmo respeito e admiração, como irmãos.

Apesar das inúmeras teorias, desde às mais racionais como a que nos define como uma intrincada combinação de átomos, resisto fortemente à ideia de que somos iguais.

Sim, eu sei, isso é muito errado. Não deveria pensar assim, mas ainda não consegui evoluir a esse nível.

Posso dizer que sou igual à um assassino? Semelhante à alguém que maltrata crianças e animais? Não é possível! Deve haver um coeficiente que me diferencie dessa pessoa. Seria apenas a conduta moral, seria então a matéria da qual é feito nosso espírito? Seria um problema genético?

Uma falha no cordão de DNA e pronto, nasce uma pessoa sem consideração pelos outros. Ou seria uma questão de educação, do meio em que vivemos?

Eu cheguei a um ponto da minha vida que não quero conviver com pessoas assim. Me recuso a me relacionar com gente que não tem educação, que não tem consideração pelos outros. Que acha que só porque está pagando a conta do restaurante pode destratar o garçon ou porque comprou um serviço da empresa em que trabalhei pode me tratar como se fosse uma escrava.

Eu sei tb que é bem utópico da minha parte achar que vou conseguir evitar essas situações, mas enquanto não descubro um escudo, vou vivendo meu período de ausência temporária.


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Beijos e Bytes







14 de set. de 2012

Mangas e Musicais

Eu fui uma criança bem chatinha para as questões alimentícias. Não gostava de comer nada e se não ia com a cara, não comia nem sob tortura. Como minha mãe sofreu para me fazer almoçar, jantar, comer uma coisinha peloamordeDeus!

Tradicionalmente as crianças não gostam de brócolis, espinafre, quiabo... É, eu tb não gostava. Mas eu tinha um nojo sobrenatural da manga. Acho que só com hipnose vou descobrir pq tinha essa repulsa toda.

Dá para acreditar? Algo que é quase um unanimidade em termos de gostosura. Que está na cara que é bom demais. Mas a coitada da manga não me convencia. Eu nunca tinha experimentado aquele troço e achava um horror o povo lá em casa comendo aquilo na maior felicidade, se esbaldando. Eu não iria colocar aquela fruta na minha boca de jeito nenhum.

Outra coisa que eu odiava com todas as minhas forças eram os musicais que passavam na tv. Socorro! Eu queria gritar quando começava um.

E meu pai adooorava, assistia todos: Fred Astaire, a dobradinha Jerry Lewis com Tony Curtis, os filmes do Elvis Presley, Cabaret, Noviça Rebelde, Hair, Grease.... Ele assistiu High Society tantas vezes que eu preferia ir estudar do que ficar ali com ele assistindo pela quinhentésima vez. Pois é, eu não tinha a menor paciência.

Pensava: - Que coisa idiota, a pessoa ficar dançando e cantando pela casa e dizendo "bom dia, tome o seu café". Isso não acontece, isso não é real.

Mas acreditar nos Ewaks tudo bem, né?

Enfim, o tempo passou. A minha lógica sobre o mundo mudou e no meu caso, acho que para melhor.

Um dia, sei lá quando, acabei experimentando uma manga e é claro que me arrependi amargamente de ter adiado tanto esse momento.

Quanto aos musicais, acho que demorou mais uns anos até eu me apaixonar loucamente por eles. Para felicidade do meu pai, que enfim, viu que sua tentativa não tinha sido infrutífera. E que ele havia conseguido me passar uns dos seus tantos e bons gostos musicais.

Com o tempo, os espetáculos começaram a vir para o Brasil e eu virei mais fã ainda. Fiquei maluca com a "A Bela e a Fera", assisti tantas vezes no teatro que nem sei. Cheguei a sonhar em ser atriz e cantora ao invés da publicitária q me tornei. E ainda busco uma forma de trabalhar com isso. Vejam só como são as coisas.

Para concluir, pq a lista seria longa, acho que só com esses dois relatos já daria para responder aquela pergunta que vem circulando no Facebook: se a criança que eu fui se orgulharia do adulto que me tornei. ;)

Psiu, não fala para ninguém, mas eu ainda não vi inteiro o filme da Noviça Rebelde. shhhh

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Beijos e Bytes


13 de set. de 2012

Carta de Amor

Olá, precisamos conversar.

Tem sido muito difícil nossa convivência. Já faz um tempo que vc anda tão esquisita. Eu diria até bipolar, desculpe-me por usar esse termo, mas você me confunde!

Muitas vezes você acorda fria, gelada e de repente lhe surge um calorão inexplicável que depois some novamente. Não consigo te entender, não consigo te acompanhar desse jeito.

Ultimamente, então, que além de tudo, vc anda tão seca, tão árida. Isso está acabando comigo.

Sem mencionar a sua agressividade! Tenho medo de ti em alguns momentos. Tenho medo da sua rispidez.

Não queria ter que te dizer isso, mas eu venho pensando em outras. Tenho vontade de me afastar, de ir bem longe de ti.

Mas não posso negar que ao mesmo tempo você é criativa, intensa e vibrante. Cheia de novidades e sempre motivou meu crescimento, sempre me empurrou para frente. E isso eu valorizo muito! Isso me amarra a vc.

Lembro de todos os momentos felizes, dos jantares romanticos, dos shows, festivais de cinema, tardes no parque... Te conheço há tanto tempo, mas sei que ainda não te desvendei completamente, que não percorri todos os seus cantos escondidos. Isso me intriga, quero conhecer te sempre mais.

E eu não quero partir, vamos tentar de novo? Será que vc consegue mudar, só um pouquinho? Apesar de tudo eu ainda te amo, minha querida São Paulo!

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Beijos e Bytes

12 de set. de 2012

"O" 11 de Setembro

Há 11 anos testemunharíamos uma das demonstrações mais covardes e tristes da crueldade humana.

Concentrando em um único dia, diferente das histórias de massacres e guerras continuadas, um ato terrorista calculado meticulosamente desafiou a maior potencia da nossa atualidade e deixou quase que o restante do mundo calado, em luto.

Inúmeras vítimas, civis mortos, aviões sequestrados, 2 torres gigantescas abatidas no coração dos Estados Unidos.  Relembrado todos os anos e abordado sob todos os aspectos, o atentado de 11 de setembro não será esquecido jamais.

E dentro da minha pequenez nisso tudo, ironicamente o ocorrido veio para trazer mais um aprendizado pessoal, justo em um dos dias mais idealizados por mim no ano, meu aniversário. Justo eu, que sempre achei que as pessoas deveriam tirar esse dia de folga para deixá-lo mais perfeito e aproveitável.

O dia começou chuvoso, me deixado triste no meu caminho para o trabalho. Acho que era uma terça feira (Alê, o oráculo dos conhecimentos aleatórios e matemáticos, é isso mesmo?) e quando cheguei ao escritório não sabíamos o que iria acontecer. Com o avançar das horas aquele dia foi se mostrando mais e mais sombrio.

As pessoas me ligavam para dar parabéns visivelmente transtornadas. Não havia clima para congratulações. Parecia a antítese completa. Como ficar feliz com o aniversário de uma pessoa, sendo que milhares estava morrendo, vítimas de um ataque inexplicável?

Diante do cenário achei que não valeria a pena comemorar, não faria festa naquele ano. Mas, com o passar dos dias acabei me convencendo a fazer um simples happy hour na sexta. Nada de grandes expectativas. Achava que no máximo 6 pessoas apareceriam rapidamente.

De fato, meus amigos mais próximos apareceram para o brinde. Estava feliz dada a situação.

Eis que um grupo de amigos herdados, aquele grupo no qual vc entra pq tem 1 amigo em comum ou são amigos do seu namorado, primo ... começaram a chegar lentamente.

De repente, a mesinha de poucas cadeiras não comportava todo mundo. Foi fácil juntar, afinal o bar não estava cheio.

Nem preciso dizer que fiquei encantada. E o pessoal veio animado, trazendo suas namoradas e festejamos até tarde.

Os caras eram amigos desde a infância e por isso compareceram em peso.

Essa turma, que não me está mais tão próxima, apesar de seus diferentes enredos de histórias de vida: casamentos, nascimentos de filhos, mudanças de cidade, continuam unidos até hj.

Recentemente encontrei-os em uma situação triste, um velório, e eles estavam todos lá. Eu tinha certeza de que encontraria cada um deles dando o suporte para o amigo que perdeu um ente querido.

Sempre achei que o que dava a liga para esse grupo era algo precioso, se fosse palpável seria de Adamantium (e essa substância existisse).

Esses caras têm a minha admiração e esse gesto está cravado nas minhas memórias.

E mesmo sem saber, eles me mostraram que aquele dia não precisava ser tão tétrico, que ainda há coisas mais fortes do que alicerces de prédios gigantescos e da maldade das pessoas.

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Beijos e Bytes

25 de ago. de 2012

Eu fraudo, Tu fraudas e todos acabam sujos

Em 3 dias seguidos, 3 "convites" para uma inofensiva fraude. Está no sangue. Conhecido pelo jeitinho brasileiro, nossa gente tem remédio para tudo. Sinal de criatividade e de um povo sofrido que não se entrega ou uma forma desleal de levar a vida tirando vantagem de tudo e todos?

Cena 01:
Peço um Americano na padaria e a garçonete retorna com minha comanda (aquelas de códigos de barras) e fala baixinho:
- Moça, anotei errado. Marquei um Bauru. Passa no caixa e não fala nada.
Olhei no cardápio e o lanche marcado era R$ 2,30 mais barato. Mastiguei meu sanduiche intrigada pelo pequeno drama moral. Ajo de forma honesta e aviso na hora de pagar? Provavelmente a funcionária vai tomar uma bronca e nas próximas vezes ela vai cuspir na minha comida. Ou faço a egípcia? Afinal R$ 2,30 de diferença não vão fazer falta para o dono da padaria.

Cena 02:
Fui a um dermatologista que não tem plano de saúde que me receitou exames. Ligo no Laboratório para agendar e digo que o plano de saúde cobre os exames. Pergunto o procedimento padrão nesses casos. A mocinha em bom gerundês me sugere:
- Senhora, sem a guia do plano a gente não pode estar fazendo seu exame. A Senhora pode estar passando em outro médico do seu plano e pedir para que ele te solicite com a guia.
Juuuura que vc está me pedindo para eu passar em outro médico e fraudar o pedido? Não entendo pq ela simplesmente não me disse para ligar para o meu plano de saúde e aprovar os exames, que seria bem mais óbvio e o correto. Mas a ideia de "dar um jeitinho" foi a resposta natural dela.

Cena 03:
Fui renovar a minha CNH e descobri que vou precisar fazer o tal do exame escrito no computador. E não é que me foi sugerido um "procedimento" para eu passar sem problema?

Sem querer dar lição de moral em ninguém, mesmo pq das 3 eu acabei aceitando pagar o sanduiche mais barato, então não sou tão inocente assim. Mas chegou a hora de encararmos os fatos sem hipocrisia. Não são somente os políticos que armam seus esquemas. Nossa sociedade inteira está mergulhada nessa filosofia de vida. Tanto que vc chega a se sentir mal em não querer participar. E se na hora que eu for fazer a minha prova for prejudicada pq não entrei no esquema?

Mesmo assim, me parece que nem tudo está perdido, tenho visto pessoas reclamando dessa forma de agir, mas ainda falta muito, falta olhar para o próprio umbigo, né?

Vamos pensar bem quando formos furar uma fila ou estacionar o carro rapidinho na vaga de deficiente. Não se engane, isso não é inofensivo e vc só alimenta esse sistema doente. Com certeza, isso vai voltar não só para vc.

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Beijos e Bytes

15 de ago. de 2012

Decifra-me ou te devoro

Na última empresa em que trabalhei precisei selecionar alguns profissionais para preencher uma vaga em aberto na minha área.

E foi durante as entrevistas que escrevi um texto de total tiração de sarro de alguns candidatos e os deslizes bizarros que eles cometeram durante o processo.

Porém, resolvi esperar um pouco para publicá-lo. Pelo menos até que o novo funcionário fosse contratado e a história esfriasse.

O tempo passou e achei que estava na hora certa, mas agora sou eu quem está no banco do entrevistado e relendo o texto vejo que o que escrevi não é mais tão engraçado... Tá, tá, é engraçado, mas eu ainda não consigo rir dos meus erros o suficiente para deixar a minha consciência tranquila para avacalhar os outros. Tá, só um pouquinho...

Sei que meus leitores preferiam a fase em que eu apresentava mais sarcasmo e menos consideração pelo próximo, mas é tudo culpa da Yoga. eheheehhe

Enfim, com relação às minhas últimas entrevistas para um novo emprego, tenho certeza de que foram um fiasco. Não fiz metade das perguntas que queria e deixei de argumentar alguns aspectos importantes. Eu parecia um boneco de madeira.

É incrível como tudo o que vc ensaia em casa escoa pelo ralo durante a entrevista. Será que é alguma coisa que eles colocam na água? E é mais triste ainda quando vc começa a se lembrar que deveria ter dito algo quando está a caminho do elevador, indo embora. Duh!

Vc relaciona exaustivamente seus pontos fortes e fracos e quando o entrevistador pergunta, vc diz: gaaa guuuh, errrr... Senhor! O que ocorre?

Deve haver algum mecanismo do cérebro de autossabotagem (jura que pela regra ortográfica nova isso se escreve assim?). A pessoa sabe que não pode chegar atrasada e ela chega. Sabe que tem que levar o currículo impecável, mas ela o apresenta todo marfanhado, como se tivesse saído do capacete de um soldado no front de batalha. Escolhe a melhor roupa e derruba café minutos antes.

Tsc, tsc, tsc.

Agora eu entendo e nem posso criticar o espirituoso candidato que me ligou, na época em que eu estava fazendo a seleção de um funcionário e disse:

- Olááá tudo bem? Bora lá marcar entrevista para amanhã?
Eu cheguei a pensar, o cara é tão feliz! Meu amigo íntimo já. Ai tipo assim, amei! Mas mantive a seriedade e respondi:
- Errr, não será possível caro candidato, estou olhando na agenda e só temos horário na terça que vem. Tudo bem para vc?

- Ah, ok (meio desanimadinho eu achei. Não parecia mais tão meu brother). E, vem cá, quantas vagas são para a de... é... tipo.. essa ai que eu estou concorrendo?
Eu deveria ter imaginado que ele estava nervoso, sob pressão e deveria ter dado mais uma chance para ele, não é?
Not!
Agora a entrevistadora malvada vai ter que passar pelas mesmas agruras...

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Beijos e Bytes










13 de jul. de 2012

Is this the End? Parte II

Huum, um texto que fala do fim dividido em 2 partes? Está parecendo final de alguma saga de bruxos ou vampiros. eheheh

Bom, essa é a parte II, leia primeiro a parte I que está logo abaixo deste post ;)

Voltando...

Trabalhar 06 anos em uma empresa é um casamento realmente! Vc convive mais com seus colegas de trabalho do que sua família. Almoça junto, faz planos, concretiza tarefas, comete erros, faz amizades e convive com desafetos. Só que ao invés de procurar amor e sexo, como se faz no casamento (ou deveria, em um mundo ideal) vc está atrás de reconhecimento e dinheiro.

É tudo uma questão de relacionamento, como vc lida com as pessoas e com a sua carreira. Por mais racional que vc seja, sempre há emoções envolvidas. Por mais profissional que seja a sua postura, em algum momento a empatia que causa no outro vai te ajudar, ou não.

Nesta última empresa que trabalhei sou realmente muito grata por tudo que aprendi, pelas oportunidades que me deram e pelos desafios que superei. E sei que eu trouxe uma bagagem diferente do core business da empresa, até uma linguagem que estranha a das pessoas que estavam lá. E por um bom tempo foi isso que deu a liga.

Acho que é igual a um namoro, quando os opostos se atraem, mas depois, aquela qualidade tão diferente em um, que era admirada pelo outro, acaba se tornando um problema no futuro.
De repente não me via mais integrada, havia sido por tanto tempo um elemento transformador, que tinha chegado ao limite.

E logicamente eu demorei para enxergar isso. Fui me desmotivando lentamente, me afastando dos assuntos cotidianos. Fui perdendo o T, fui deixando de acreditar nas mudanças.

Quando um estalo, uma somatória de fatores me deram um tapa na cara e me disseram: "o que vc está fazendo? Pq não se arrisca, pq não volta a acreditar no que sempre desejou? A vida é curta."

Foi então que no dia 26/06, depois de uma reunião, eu disse que não estava mais de acordo e que não queria mais fazer parte daqueles projetos. Foi um ímpeto, um desabafo. E eu nem tinha outro emprego em mente. Pq até então, não tinha nem vontade de procurar outra coisa enquanto estava nesse meu antigo.

De todos os lugares que trabalhei, foi nesse em que mais coloquei a minha paixão. E na falta dela, decidir ir embora. Nos outros sempre trabalhei pensando: algo melhor vai aparecer. Neste eu pensava: dias melhores virão aqui.

Olhado agora de fora, tudo me soa meio sinistro, pq trabalhar com paixão sempre foi o que eu mais desejei. E veja só. Tendo a pensar que não deu certo, que não cumpri minha missão. Mas espera ai? Quem disse que não? Quem disse que foi uma falha?

O ciclo simplesmente acabou. Bora para outro!

É, eu não me arrependo. Na verdade, sinto saudades de algumas coisas que perdi (como sempre). Se tivesse que viver tudo de novo, mudaria uma atitude ou outra, mas manteria grande parte.

Bom, vou continuar procurando algo que façam meus olhos brilhar, algo que eu possa me dedicar, acreditar e contribuir. Será que eu estou pedindo muito, será que estou sendo muito purista? Não sei, minhas próximas experiências vão me dizer.

Um brinde a coragem (mesmo que em alguns momentos eu tenha medo)! Um dos sentimentos mais nobres, que para mim, só perde para o Amor.

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Beijos e Bytes









12 de jul. de 2012

Is this the End? - Parte I

É pois é, sou péssima em términos de ciclos. Tento achar que é normal, mas nunca me acostumo.

Parece que foi ontem que minha turma de colegial se despedia aos prantos prometendo que seríamos amigos para sempre.

Acho que esse foi o 1º ciclo representativo que se encerrou na minha vida.
Depois deste, vieram vários: alguns curtos, outros mais longos e dolorosos. Alguns foram encerrados, alguns eu que precisei tomar atitude.

Nunca soube o timing, acho que sempre demorei muito para decidir qualquer coisa. Sempre me fazendo milhares de perguntas: isso é o certo, é o melhor, estou sendo precipitada?

Tudo na vida são ciclos, desde a vivência em um local, até as pessoas que te cercam e que viveram com vc. Mas tudo isso acaba um dia.  As pessoas vão embora, a gente muda de casa, de cidade, de emprego. É bom, dar espaço para as coisas novas. É nada, quem eu quero enganar? Tem uns que deixam um vazio danado.

Estou passando por um desses desde 26/06. Demorei para escrever pq precisava organizar os pensamentos e tentar ser coerente.

Fui eu quem tomei a iniciativa, alguns meses atrás me colocando em uma situação de xeque. Sabia que a qualquer momento a situação se definiria, mas tive que fazer algumas escolhas ou permaneceria na cômoda situação do sofrimento conhecido. Melhor do que a felicidade incerta, não?
Mas há que se ter coragem e se abrir para o novo, para a surpresa.

E a gente passa por várias fases: desde o alívio de quando acaba e vc pensa em todas as coisas chatas que não terá mais que fazer/passar. E então vc passa uns 2, 3 dias se sentindo livre, leve e solta.
Mas ai, seu cérebro lhe prega uma peça. Ele começa a te lembrar de todas as coisas boas que vc viveu tb. E vc entra em depressão. Ouve músicas romanticas melosas, se lembra a toda hora da vida que tinha e volta a pensar neuroticamente se fez a escolha certa. E então, o mais tenebroso pensamento te assalta: jamais serei feliz novamente...

E então, depois de muito mimimi, seus amigos e família, enfim as pessoas que realmente te amam, te colocam para cima e vc volta a acreditar em alguma coisa.

O que descrevi aqui parece o fim de um relacionamento? Na verdade é o fim de um casamento de 6 anos.

Fim da 1ª parte. Continue lendo amiguinho...

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Beijos e Bytes




11 de jun. de 2012

A difícil arte de não ser mãe

Esperei passar o mês das mães para publicar este meu pequeno texto pecaminoso e imoral. Bem, é assim que as pessoas querem que eu me sinta quando digo que optei por não ser mãe.

Na verdade, o que trouxe esse assunto à tona foi uma matéria que li em uma revista feminina e cuja autoria era de uma psicóloga. Acabou me chamando a atenção pq ela dizia que na nova sociedade em que vivemos cada vez mais as mulheres optam por não ter filhos por uma série de motivos.

Imediatamente me identifiquei e pensei: "Ufa, que evolução, que bom que os tempos mudam. Não sou mais uma ínfima minoria deslocada."

Parti para a leitura com gosto. Mas qual foi a minha surpresa (ingrata, diga-se de passagem) ao chegar no fim do texto e perceber que a doutora era tachativa: Mulheres, pensem bem antes de optarem por não ter filhos, pode ser tarde de mais. Quem vai cuidar de vcs no futuro e bla, bla bla.

Isso me aborreceu profundamente. Novamente o mesmo discurso padrão, tacanho e retrógrado.

Acho tão engraçado que podemos optar por tudo nesse mundo. Aumentar os peitos, interromper a menstruação com injeções, trocar de sexo... Mas uma mulher, dona de seu próprio corpo não pode simplesmente optar por não ter filhos? É melhor ter só pq temos que ter? E criá-lo de qqr jeito? "Vc acaba se apegando, amor de mãe é incondicional!"

É mesmo? Não preciso ver muitos noticiários para relatar barbáries causadas por mães a seus próprios filhos. E tb não preciso ir muito longe para conhecer adolescentes-problema tomando remédio tarja preta pq suas mães não são capazes de educá-los.
Será mesmo que o fato de eu ter filho é garantia de que vão cuidar de mim na minha velhice? Francamente... Vá aos asilos e perguntem se os velhinhos largados ali tem filhos. A maioria tem e foram os próprios que os internaram.

Não dá para aceitar o fato de que simplesmente algumas mulheres não querem ter filhos e não nasceram para isso?

Ou será que pelo fato de eu me dar ao luxo de escolher, eu acabo jogando na cara da sociedade que eles tb poderiam ter escolhido? E que a liberdade de escolha é bem mais díficl do que a vida de gado?

Devemos aceitar os diferentes, devemos ser politicamente corretos. Mas se uma mulher não quer ser mãe, então ela deve ser convencida a sê-lo.  É mesmo?

Chega desse discurso, gente! Tudo é tão relativo, tão instável. Não há garantias de nada. A única coisa que eu sei é que vou ter que arcar com as consequencias dos meus atos. De todos eles. E isso só importa a mim.

Eu não penso como vcs. E assim com eu, muitas mulheres tb não. Temos o direito à dúvida e o dever de não ter filhos se há o mínimo questionamento.

Deixo essa função para as mulheres cujo o sonho é ser mãe. Quer coisa mais linda? Uma mulher sendo mãe pq quer, pq sempre quis isso? Sei que há muitas. A sociedade não vai acabar por falta de filhos e nem pq todo mundo resolveu virar gay.
Peloamor, vai ler um livro! Assistir muita novela e reality show dá nisso.

23 de abr. de 2012

É a Vida

Eu digo que tenho o controle, vc vem e me leva as pessoas queridas.
Eu sento e planejo tudo, vc decide mandar chuva quando eu precisava de sol.
Eu afirmo que sou auto suficiente, vc me contradiz e me apresenta o amor da minha vida.
E eu pergunto, quem manda aqui afinal? Vc fica em silêncio e como sempre me deixa sem resposta.

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Beijos e Bytes

27 de mar. de 2012

Ego trip

Descobri que tenho um pequeno argentino dentro de mim. Ou será que ele é um francesinho? Até preferia um francês mesmo. Mais fino, sangue europeu.

Calma, calma. Não estou grávida e nem tão pouco saí por ai experimentando novas nacionalidades.

O argentino em questão (humm, melhor colocar a letra A maiúscula na próxima vez) todos têm. Ele tb atende por Ego e pode ser maior ou menor dependendo da pessoa e do momento da sua vida.

Às vezes ele é tão grande que a pessoa ao entrar no cinema deveria comprar 2 ingressos. Outras vezes é tão pequeno que fica sentado no seu ombro soprando besteiras no seu ouvido.

E ele não é de todo mau. Em alguns momentos, com certeza, ele evitou que vc fizesse papel de idiota para pessoas que não te mereciam, mas tb já deve ter te colocado em várias batalhas territoriais fazendo vc ter que provar quem é que manda nessa p$$## ou fez vc pensar quem é vc para falar assim comigo?

E a difícil arte de controlá-lo permanece um mistério, talvez revelado apenas para os puros de coração.

Entre alimentá-lo, mantê-lo na jaula ou deixá-lo na inanição existe um árduo processo de auto-conhecimento e auto-controle.

Mais difícil ainda é quando eles todos se encontram: o meu, o seu, o do vizinho, o do motorista que está na sua frente no carro... E dai-me paciência.

O meu por exemplo, é terrível! Ele nem é tão grande (espero), mas ele fica na minha orelha me envenenado até que eu faça o que ele quer, que eu entre no seu joguinho. E eu fico tentando amordaçá-lo, aquietá-lo de forma pacífica.

Em alguns momentos até é inofensivo, quando tenho que me superar, por exemplo, em atividades físicas. Mas em outros, vejo que a diplomacia seria muito bem vinda ao invés da batalha campal.

Enfim, ele anda meio fora da casinha ultimamente e eu tendo a achar que andaram provocando ele demais.

Mas ainda sigo tentando contorná-lo para ver as coisas com clareza. Até quando? Essa eu não sei responder não.


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Beijos e Bytes

16 de mar. de 2012

Caminhando na prancha

O que te move?

Uma pessoa que gosta de respostas secas diria: "Minhas pernas."

Outros poderiam elaborar mais e dizer: "Através dos comandos do meu cérebro e da oxigenação do corpo, irrigação dos vasos sanguíneos e um complexo sistema muscular, consigo movimentar-me através dos impulsos transmitidos às minhas  pernas."

Ok, respostas certas, mas eu estou um pouco cansada dessa ótica científica das coisas.

O que quero ouvir, quando pergunto isso são respostas subjetivas que vêm da alma ou de sei lá onde que não tem explicação.

Me encanta ouvir os relatos recentes de jornalistas de uma rádio que dizem, com brilhos nos olhos (posso apostar) como suas profissões os fazem tremendamente felizes.

Adoro ver o programa da Cultura que mostra o ponto de virada na carreira de algumas pessoas respeitadas no meio artístico, como escritores, bailarinos e etc.

E eu fico sonhando e pensando que um dia eu tb poderei dar esses depoimentos. Não na TV ou no rádio, mas em uma conversa com amigos. Fico pensando que comigo isso tb pode acontecer.

Semelhante aos atletas, que precisam se sacrificar para atingir um objetivo, mas mesmo assim não fariam outra coisa de suas vidas.

Pessoas que dizem: "Nasci para ser médico" ou "Comecei a desenhar aos 7 anos e nunca mais parei" são verdadeiros heróis para mim.

Tenho esperança que eu ainda vou me indentificar totalmente com meu trabalho, mesmo que hajam problemas, mas eles não me impedirão de achar que o dia foi positivo, que fui produtiva.

Sinto uma invejinha dos músicos que dizem que seu trabalho é diversão. E penso com todas as minhas forças que um dia eu tb vou partilhar dessa sensação.

Pq não aconteceu? Não sei dizer. Talvez eu devesse me atirar, me arriscar mais.

Sim, hj é sexta, para variar. O dia mundial de resolver o que não foi resolvido. ;)

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Beijos e Bytes

10 de mar. de 2012

A insensatez ignorante

Algo de estranho no mundo. Devem ser essas novas lentes que estou usando para traduzi-lo. E olha que já está na hora de trocá-las. Há cada 10 anos, eu vou mudando.

Lentes de óculos? Não mesmo. Na verdade são aquelas formadas pelas camadas de conhecimento que vamos acumulando com nossa vivência.

Tem gente que usa a mesma desde que é criança. Outros já nasceram com suas velhas lentes, seus filtros amarelados. São as crianças adultas, parecem ter vindo ao mundo com espírito maduro.

Mas o mundo não mudou? Ah, sim, com certeza. Mas eu mudei tb. E eu o vejo de outra forma, com menos poesia, com menos tempo de escutar os pássaros e ficar parada na janela de madrugada só olhando as estrelas, recebendo a brisa gostosa da noite. Vendo a cidade piscar, tilintar. Era criança e tinha todo o tempo para contemplar.

Então veio a adolescência. Um tufão de novidades, efervescência e possibilidades. Não tinha tempo a perder, tinha que viver tudo ao mesmo tempo, como se não tivesse outra chance. Contemplar? Jamais! Tinha que mergulhar.Achava que podia fazer tudo, ser tudo. Dormir? Para que? Só parava quando caia doente em um ctrl+alt+del forçado.

Veio uma nova fase, um começo de amadurecimento. E naturalmente fui voltando para minha concha. A contemplação agora não é externa, pelo contrário. E quanto mais me aproximo da minha essência, vou encontrando um ar não tão puro - parafraseando Chico Science.

Finalmente admito que quero entender os outros para poder antecipar seus movimentos. Mas sou obrigada a encarar o fato de que isso é completamente inviável. Decido então que se não posso decifrar o outro, vou ter que decodificar a mim mesma. Ah, mas isso me parece tão menos interessante e tão mais dolorido.

Quero voltar a ignorância, deixa? Dá para fechar a Caixa de Pandora?

Enfim, aquieta-te, deixa fluir. Talvez para a nova fase, um pouco de insensatez seja novamente bem-vinda.

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Beijos e Bytes

TGI?

Sexta-feira é o dia em que eu acordo feliz, ingenuamente feliz. Pensando apenas que o fim de semana está perto, com todas as suas promessas de diversão ilimitada.

Uma amiga minha de longa data sempre diz que as sextas são infernais. Como se o sofrimento extra servisse para purificar a pessoa antes de chegar ao paraíso do fim de semana.
Mas eu nunca me lembro disso. Como a criança boba que morde o sorvete gelado e esquece que ele vai lhe trazer uma dor insuportável, eu acordo contente, ignorando o caos que se avizinha.

Estranhamente o dia segue seu roteiro macabro. Chego saltitante no trabalho e fico fazendo piadas a la Zorra Total até o meio dia.  Dou risada e canto pelos corredores. Estou tão bem humorada que chega a ser irritante. Então, num passe de mágica, qdo retorno do almoço, me vejo nos calabouços dos Orcs. Uma avalanche de problemas inesperados, urgentes e maquiavélicos aparecem, todos para serem resolvidos até às 18hs e o que era para ser uma tarde morna, vira um inesperado campo de batalha.


Eu DE-TES-TO esses tipos de surpresinhas. O-DE-- O me pegar em situações em que eu não estou preparada. E O-DE-I-O ainda mais resolver problemas que não criei. É então que tento terminar a tarde com alguma dignidade, manter minha sanidade, meu emprego e não matar ninguém.

Diante de tanto esforço, chego em meu singelo castelo, capenga, exausta, sem paciência. Só consigo relaxar quando assisto o meu seriado preferido de assassinatos.

Ver pessoas sendo mortas por motivos banais e encontradas em latas de lixo me deixa feliz? Huuum, não, na verdade as mortes pouco importam. O que me conforta é que pelo menos no seriado, pessoas competentes conseguem identificar a m### que os outros fazem e os colocam em seus devidos lugares.

Uma óbvia metáfora do que eu gostaria que acontecesse na vida real? É, pode apostar!

Mas os assassinatos são metafóricos tb? Boa pergunta...

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Beijos e Bytes

3 de mar. de 2012

Não é um mais um reality show

Estou aqui sentada na minha sala, em silêncio. Depois de uma sexta-feira bem quente e transito caótico, resolvi ler uma revista antes de dormir.

Enquanto leio, presto atenção nos sons ao meu redor e que vem da janela: um carro que passa na rua, pessoas andando e conversando animadamente, alguém caminha escutando música ruim e alta em seu celular.

Tudo isso é bem comum, mas alguns sons tem ficado mais frequentes, não sei se pq antes eu morava em um andar muito alto, longe de tudo ou se não prestava atenção direito, só sei que tenho ouvido discussões homéricas vindo de todos os lugares. De edifícios vizinhos, de pessoas na rua e até do meu próprio prédio.

Agora há pouco fui surpreendida por uma briga furiosa no meu andar. Como é tradicional dos paulistanos, mal conhecemos nossos vizinhos e comigo não é diferente. Não sei quem mora nos 3 apartamentos ao meu redor. Se sei, é apenas de vista e nunca reconheceria a pessoa se encontrasse com ela em outro local que não o saguão daqui.

Enquanto ouço o cara berrando loucamente e falando vários palavrões, a menina chora desesperada. Um choro doído, sofrido. Não consigo entender sobre o que discutem, mas me parece que ela pede para ele não encostar nela. Entendo que ele está prestes a agredí-la e subitamente quero interferir.

Meu bom senso grita, segurando minha valentia, dizendo que em "briga de marido e mulher não se mete a colher". Mas não posso ficar quieta em uma situação dessa. Não sei quem tem razão, não sei quem está exagerando, só sei que ela parece ser muito frágil e ele descontrolado.

Para piorar a situação estou sem interfone e meu marido no décimo sono. Num impulso, após ouvir um barulho vindo da sala deles, resolvo descer e falar com o porteiro.

Para minha surpresa, o funcionário relata que a menina tinha há pouco descido na portaria para pedir uma ambulância, pois seu namorado estava desacordado. E aguardava a chegada do SAMU em seu apartamento.

- Desacordado? Mas ele está berrando que nem um alucinado! - Respondi totalmente sem entender.
- Perae que eu vou ligar lá. - Disse o porteiro, igualmente confuso.

Depois da segunda tentativa, o tal namorado atende o telefone e diz que está tudo bem.
O porteiro me olha hesitante e eu começo a formular explicações a la CSI para o caso.

- Só se tiver uma terceira pessoa no apartamento e ela está desacordada.- Digo fazendo conjecturas malucas.
Ele se assusta ainda mais e me olha sem graça, por não seguir o meu raciocínio tortuoso.
- Se a briga continuar, me avisa e eu ligo novamente para os vizinhos. - Responde ele, finalmente.

Concordei com a solução do porteiro e subi apreensiva.

Quem me conhece sabe que eu detesto ser indiscreta e me colocar em situações constrangedoras com vizinhos, mas quando imaginei que o cara poderia estar agredindo a namorada não consegui ficar parada.

Desde que comecei a escrever o post, não ouvi mais gritos. Acho que a intervenção do porteiro foi decisiva e espero que essa situação não se repita mais.

Mas acho pouco provável. Do jeito em a que cidade anda difícil e a falta de respeito acirrada, o Big Brother da Globo vai perder feio para os tristes espetáculos reais.

25 de fev. de 2012

07 meses depois... e não, não é de um bebê q estou falando

Ao responder um comentário de 2 amigas no Facebook, incentivando-as a praticar Yoga, comecei a pensar nos efeitos da prática em mim.

E lá se foram 7 meses desde que comecei e posso dizer que estou muito feliz com a Yoga. Não sou bitolada, não quero forçar ninguém a nada e não acredito em receitas milagrosas, mas os fundamentos desta filosofia de vida acabaram por combinar com os meus. Por isso, tenho me identificado muito e me sentido muito bem após a prática.

Vai funcionar para vc tb? Não sei, vc precisa estar no momento certo para isso. Encontrar um local/professor que te agrade e estar disposto a se encarar.

Eu cheguei a praticar em alguns lugares até encontrar o studio em que estou.

E chega a ser inexplicável como as minhas atitudes durante a aula representam minhas ações no dia a dia. E assim, colocadas entre quatro paredes, durante 1 hora, tiradas de um contexto maior, consigo enxergar alguns comportamentos que precisam ser melhorados. E que eu nem tinha me dado conta do quanto eles me fazem mal.

Só para citar um exemplo, no começo, o fato de não ter espelhos na sala me atormentava, não sabia se estava fazendo as posturas da forma correta.
- Até onde estico a perna? Coloco a cabeça no chão? Professor, professor, tenho tantas dúvidas!
Queria fazer mil perguntas, interromper a aula toda hora, mas nunca o fiz. Fiquei inibida, ninguém falava na aula. Que saco! Ninguém tem dúvida? E então nos intervalos comentava uma coisa ou outra e o professor só me respondia:
- Não julgue a postura, na hora certa ela vai acontecer, tenta de novo de uma próxima vez.

Ok, mas o que isso tem a ver com a minha vida?

Foi então que percebi que é o que eu faço o tempo todo. Fico me perguntando se estou certa ou errada, esperando que a figura de um professor, que pode ser um chefe, meu pai, Deus etc me diga se estou no caminho certo. Mas nem sempre existe uma resposta, nem sempre alguém poderá me orientar.

E a frase do professor se traduzia em: Não julgue sua atitude. Já foi, confia, faça de novo na próxima.

Como nunca pensei nisso? Pq se questionar tanto? Pq se torturar tanto?

Parece simples? O processo é longo. Quantas vezes já não me peguei repetindo esse comportamento sem ter conseguido impedí-lo? Mas eu voltei a ter esperança, voltei a acreditar que cada dia que passa darei um passinho em direção a evolução, a minha evolução.

Acho que é isso que quero da vida, evoluir, progredir em busca do auto-conhecimento e como consequencia espero ter mais momentos felizes e passar essa felicidade para as pessoas que eu amo.

Eu disse, eu acho? É, eu acho. Só sei que nada sei... E tá bom, vamo que vamo!

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Beijos e Bytes

Chapada dos Veadeiros, a viagem

Como já é tradicional, meu desejo nesse carnaval era estar longe dos sambas enredo, das mulheres seminuas desfilando, da perseguição dos famosos nos camarotes e das matérias repetidas anos e anos nas coberturas jornalísticas.

Não que eu seja moralista, não que eu não goste de batuques, mas toda essa fórmula me parece enfadonha, caótica e massificada.

Entonces que novamente comecei a traçar o plano de fuga. Junto com o Cláudio, meu companheiro, meu parceiro nessa vida, chegamos a definição do destino.

Posso justificar a escolha, dizendo que foi ao acaso, simplesmente pq o preço e a disponibilidade estavam bons comparados com outros destinos. Pode ser que eu tenha lido em algum lugar sobre a Chapada dos Veadeiros e aquilo ficou perdido no emaranhado de minhas lembranças e de repente apareceu como um insight. Tb é plausível pensar que o Cláudio guardava em suas gavetinhas de pensamentos a vontade de conhecer esse lugar.

Mas prefiro acreditar na versão mística, que tanto combina com estas formações rochosas, cravadas no meio do país. Acho bem mais interessante dizer que nossas energias nos atraíram para esse lugar.

Não que eu esteja virando uma esotérica-mística-neo-hippie-cyber-y, mas narrar racionalmente o desenrolar da viagem seria bem menos nobre e tiraria toda a graça dos acontecimentos.

Desnecessário dizer que a região é linda, que as inúmeras cachoeiras são de tirar o fôlego (e são muitas mesmo, não deu para conhecer em 4 dias) e que conhecer o Cerrado me deixou sem palavras e, por muitas vezes, com lágrimas nos olhos. Já que ele é tão diferente da Mata Atlântica, mais rústico, mais sofrido, mas conserva sua própria beleza. Contrói paisagens quase infinitas, nas quais se enxerga longe, se vê o traçado tortuoso das trilhas, planaltos pincelados de pequenas árvores retorcidas pela ausência de água durante 6 meses do ano. Mas paradoxalmente cravada de cachoeiras caudalosas.

Tudo foi simplesmente perfeito e eu estava mais tranquila e confiante do que em outras viagens.

Embora eu tenha saído daqui com a ingênua esperança de ver um lobo-guará ao vivo e à cores, o encontro não aconteceu. Talvez pq ele seja um animal de hábitos noturnos e demasiadamente tímido ou talvez pq tenham me faltando aditivos químicos para que eu pudesse vê-lo junto com um elefante cor de rosa (se é que vcs e entendem - ahahah) mas acabei vendo tucanos, araras azuis e outros pássaros que não sei o nome.

Os dias foram quentes e ensolarados e as noites frescas e estreladas. E em uma das trilhas, fomos surpreendidos por sua singularidade, o terreno era todo composto por fragmentos de rochas e conforme andávamos, a trilha assumia a tonalidade da rocha mais abundante, fazendo com que o caminho passasse de rosa, para branco, depois amarelo, às vezes negro e em alguns momentos cinza. Não lembro de ter usado nenhum alucinógeno, só sei que em alguns momentos achei que estava indo ao encontro do Mágico de Óz.

Toda a noite um mirrado, mas animado bloco de carnaval saía pela rua principal, tocando um bate-macumba básico, seguido por uma curiosa kombi-alegórica que carregava bonecos ETs. Os foliões, que usavam alguns adereços, eram hippies, caciques, bruxas e crianças. Descobrimos aos poucos que não eram fantasias, eram os trajes naturais da população local. E ai sim, assistir aquele bloco tornou-se divertidíssimo.

Foi então que descobrimos a verdadeira vocação de Alto do Paraíso, uma cidade conhecida por ser ponto de encontro de ETs (hein?) e onde corria a lenda de que a região seria a única cidade intacta após o fim do mundo.

Para aumentar ainda mais o misticismo, até o dono da pousada, um engenheiro que trocou sua carreira de executivo pelo sossego, contava suas histórias, uma delas era que seu cão seria um cruzamento de cachorro vira-lata com coiote americano, domesticado por índios.

Usando toda a minha tendência a análises críticas e descontando todas as lendas, a cidade parece mesmo ser encantada, habitada por pessoas integradas com a natureza e nutrindo respeito uns pelos outros.

A gentileza era tanta e tão contagiante que certo dia pedi desculpas para a garçonete por não ter conseguido terminar a  refeição. Era como se eu dissesse para uma tia que a comida dela era boa, mas que eu estava sem fome.

Algo que parece tão incrível e raro para nós, é o cotidiano dessas pessoas. E enquanto o inconsciente coletivo espera pelo fim do mundo, em uma tragédia apocalíptica, os habitantes da Chapada nada temem, talvez pq eles acreditem e vivam como se já estivessem no Paraíso.


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Beijos e Bytes

5 de fev. de 2012

É preciso saber viver

A vida é curta, inexplicável, indecifrável. A irmã de meu pai, a tia Teté da minha infância, partiu de uma forma tão rápida como uma das muitas músicas que ela gostava tanto de cantar.

Como de costume, a ficha ainda não caiu. Seguimos os tradicionais rituais meio anestesiados, embrigados de dúvidas e dor.

Mas algumas poucas certezas restam: que a vida é curta e que ela não é, não está e nunca será controlada por nós.

Teté, que vc se encontre com a Vovó e o Vovô. E mande lembranças nossas para eles. Fique com Deus!

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Beijos e Bytes

16 de jan. de 2012

Virando a chavinha

Qual o momento certo para vc se desligar de algo e começar um novo?
Vc se planeja, coloca um deadline?
Faz todos os cruzamentos e ponderações sobre pontos positivos e negativos? Pensa no momento certo, na conjunção dos astros, ou simplesmente vai lá e muda tudo?

Parece tão fácil estipular as metas, os prazos e traçar o plano da sua vida como se fosse uma partida de War (essa é para quem tem mais de 25 anos eheheh). Ou a sua vida está mais para o tabuleiro do Jogo da Vida? Onde os dados indicam se vc vai casar, vai para faculdade ou de repente terá 3 filhos?

É tão difícil para mim, lutar contra a imprevisibilidade da vida, contra a impotência em prever todos os meus passos e os do universo. Mas é tão prepotente eu achar que tenho a menor chance de fazer isso.

Se as poucas coisas que planejei deram certo é pq houve colaboração divina, caso contrário nenhum planejamento por mais perfeito que fosse surtiria o menor efeito. E todas as outras coisas boas que aconteceram na minha vida sem o menor planejamento?

E seria tão chato se tudo seguisse um roteiro. Onde estaria a surpresa (que tanto adoro), onde entraria a espontaneidade?

Já sei! Largo tudo ao acaso, vou seguir por ai sem lenço e sem documento, com uma banda de maçã e outra de reggae.

Huum, também acho que não...

E então o bom e velho ditado que sempre martela em minha cabeça volta a soar: a virtude está no meio. A virtude está no meio....  (assim com som de eco na caverna e voz meio fantasmagórica).

E eu decido que algumas coisas eu não vou decidir, vou sentir. E pronto! Seja o que Deus quiser.

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Beijos & Bytes

2 de jan. de 2012

Sem expectativas, por favor! - Parte II

[Comece lendo a parte I, post antes deste] :)

O jantar transcorreu normalmente, a comida estava ótima, o papo bom e estouramos a champanhe como manda o figurino. Desejos, promessas, fogos e uma discreta lágrima. Processo Virada: completo.

Chovia teimosamente e eu o namorido resolvemos fazer a ronda do Reveillon, passando nas casas de amigos e familiares.

Uma passada nos pais do Cláudio, uma checada no celular para ver se não tinha convites para balada e seguimos para a casa da Mari, irmã da Cilu, minha amiga de infância.

Conversa vai, bebidinha vem, mais uma cerejinha, experimenta esse vinho, toma mais uma latinha de cerveja, dá umas risadas, lembra um pouco do passado... E 1º de janeiro foi acontecendo, de mansinho, divertido, inesperado.

Quase 5h da matina e estranhamente eu e o Cláudio ainda tínhamos gás! E lá fomos nós passear de Fusquinha pela São Paulo molhada, semi-deserta e pincelada de pessoas de branco embriagadas.

Tomamos um cafezinho com pão de queijo em uma das mais lotadas padarias de SP, que maravilhosamente estava vazia. E resolvemos assim, esperar mais um pouco para ver o sol nascer.

Coisa de filme ou não, São Pedro gostou da nossa ideia e deu uma segurada na chuva. Ainda pingava, mas bem diferente do dilúvio da meia noite.

Às 6h10, não ouvi música quando o sol surgiu e ele estava meio encoberto, mas confesso que me emocionei e de tão simples, tão despretensioso essa virada foi deliciosa.

E parando para pensar, foi a companhia de pessoas que tanto amo que tornou a chegada de 2012 tão especial.

Av. 23 de Maio Amanhece em 01/01.
Repare no canto esquerdo inferior da foto, nosso valente Fusquinha Amarelo! ;)













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Beijos e Bytes

Sem expectativas, por favor!

Sim, eu crio expectativas, principalmente com datas. Meu aniversário e 31/12 são as campeãs. Sempre fico pensando que esses dias tem que ser perfeitos, altamente festivos e inesquecíveis. Não está nos meus planos passar essas datas debaixo de chuva, ter uma D.R. ou passar o dia resolvendo problemas.

Mas então, a vida real cospe na minha cara suas coisas mundanas. Me relembra que não estou em um musical e pássaros e esquilos não vão me ajudar a ter um dia mágico.

Em dezembro do falecido 2011 eu percebi que a minha tradicional programação de Reveillon Perfeito não iria acontecer. Eu estaria milhares de km de Paris, Nova York ou Buenos Aires. Que eu não iria para a praia em um luau espetacular em uma ilha paradisíaca, que eu não tinha a mais remota chance de ir para uma festa maravilhosa na cobertura de algum prédio bacanaites em SP.

Passei pelo processo inicial do desespero: tinha que a qualquer custo chegar perto de algum dos destinos acima. Not! Isso nunca funciona. Então, caminhei para a negação: isso tudo é ridículo, o mundo vai acabar mesmo, eu odeio muito tudo isso e bla bla bla. E ai, com avançar do fim do mês cheguei a aceitação: ok, é o que temos, Sampa sem planos it is.

Na semana que antecedeu o ano novo, fiz meus pequenos rituais virginianos de limpeza da casa, armários e adjacências. Comprei a lingerie da virada e me resignei a ceiar com minha família. Na véspera da véspera enfrentei um problema doméstico de vazamento de água no banheiro - o que me deixou tremendamente enfurecida e duplamente decepcionada. O dia 31 amanheceu chuvoso, daqueles de cortar os pulsos e durante o último banho do ano eu prometi que passaria dignamente a virada, sem choro ou cara feia. Ninguém merecia a minha DPR (Depressão Pré Reveillon).

Fiz tudo mecanicamente, coloquei a roupa programada, na hora programada e partimos para os meus pais. Não que seja ruim estar com eles, mas é comum. Igual a qualquer domingo.


... continua em outro post