15 de ago. de 2012

Decifra-me ou te devoro

Na última empresa em que trabalhei precisei selecionar alguns profissionais para preencher uma vaga em aberto na minha área.

E foi durante as entrevistas que escrevi um texto de total tiração de sarro de alguns candidatos e os deslizes bizarros que eles cometeram durante o processo.

Porém, resolvi esperar um pouco para publicá-lo. Pelo menos até que o novo funcionário fosse contratado e a história esfriasse.

O tempo passou e achei que estava na hora certa, mas agora sou eu quem está no banco do entrevistado e relendo o texto vejo que o que escrevi não é mais tão engraçado... Tá, tá, é engraçado, mas eu ainda não consigo rir dos meus erros o suficiente para deixar a minha consciência tranquila para avacalhar os outros. Tá, só um pouquinho...

Sei que meus leitores preferiam a fase em que eu apresentava mais sarcasmo e menos consideração pelo próximo, mas é tudo culpa da Yoga. eheheehhe

Enfim, com relação às minhas últimas entrevistas para um novo emprego, tenho certeza de que foram um fiasco. Não fiz metade das perguntas que queria e deixei de argumentar alguns aspectos importantes. Eu parecia um boneco de madeira.

É incrível como tudo o que vc ensaia em casa escoa pelo ralo durante a entrevista. Será que é alguma coisa que eles colocam na água? E é mais triste ainda quando vc começa a se lembrar que deveria ter dito algo quando está a caminho do elevador, indo embora. Duh!

Vc relaciona exaustivamente seus pontos fortes e fracos e quando o entrevistador pergunta, vc diz: gaaa guuuh, errrr... Senhor! O que ocorre?

Deve haver algum mecanismo do cérebro de autossabotagem (jura que pela regra ortográfica nova isso se escreve assim?). A pessoa sabe que não pode chegar atrasada e ela chega. Sabe que tem que levar o currículo impecável, mas ela o apresenta todo marfanhado, como se tivesse saído do capacete de um soldado no front de batalha. Escolhe a melhor roupa e derruba café minutos antes.

Tsc, tsc, tsc.

Agora eu entendo e nem posso criticar o espirituoso candidato que me ligou, na época em que eu estava fazendo a seleção de um funcionário e disse:

- Olááá tudo bem? Bora lá marcar entrevista para amanhã?
Eu cheguei a pensar, o cara é tão feliz! Meu amigo íntimo já. Ai tipo assim, amei! Mas mantive a seriedade e respondi:
- Errr, não será possível caro candidato, estou olhando na agenda e só temos horário na terça que vem. Tudo bem para vc?

- Ah, ok (meio desanimadinho eu achei. Não parecia mais tão meu brother). E, vem cá, quantas vagas são para a de... é... tipo.. essa ai que eu estou concorrendo?
Eu deveria ter imaginado que ele estava nervoso, sob pressão e deveria ter dado mais uma chance para ele, não é?
Not!
Agora a entrevistadora malvada vai ter que passar pelas mesmas agruras...

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Beijos e Bytes










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