3 de abr. de 2014

O Teatro

O teatro das relações sociais me aborrece.

A dança das palavras carregadas de segundas intenções, os salamaleques dos gestos, o vai e vem das promessas vazias, todos esses truques, tiques e traquitanas sociais me despertam nada além de tédio.

Ah! Quanto tempo perdido pensando em mentiras, inventando histórias, realidades paralelas, perpendiculares, difusas.

O drama disfarçado de comédia. A inveja travestida de elogio. O sorriso que antecede o golpe. Quanta energia desperdiçada.

Sinto um desgosto profundo pelas caras monótonas daqueles que se enquadram nos papéis, se resignam aos seus clichês, repetem os mesmos conceitos feito uma reza decorada sem sentido.

Prefiro a fúria da verdade, da transparência, da objetividade. Sem meias palavras, meia intenção, meia vida, seguindo um roteiro que já foi escrito, reeditado e mastigado.

Mais vale um franzir de olhos sinceros a um sorriso morno de complacência ensaiada.

O teatro das relações sociais não merece meu aplauso, audiência ou minha paciência.