Sabe quem é seu pior inimigo? Vc tem um espelho? É isso, é vc mesmo!
Vc que se coloca nas mesmas situações que já deram errado. Vc que deixa que os outros te ofendam ou te tirem do sério.
Inventamos conspirações novelescas, achando que alguém quer o nosso mal e está nos perseguindo, ou que querem tirar tudo que vc tem. E às vezes a tal pessoa nem está tão empenhanda assim em te sabotar.
Somos atormentados pela culpa que nós mesmos assumimos, por deixar de acreditar nas coisas, por colocar nossa coragem na gaveta, bem lá no fundo, deixando que a apatia a consuma pouco a pouco.
Por tentar desesperadamente se enquadrar no que a sociedade diz ser o padrão e que muitas vezes não é nada daquilo que vc queria. E nas poucas tentativas de escapar da caixa, vc acaba se preocupando obsessivamente com que os outros vão dizer ou pensar de vc.
Hj, algumas dessas coisas estão me atormentando e eu estou infinitamente triste com NADA ou com TUDO.
Esse texto é uma tentativa de sair dessa minha armadilha, dessa minha porção derrotista que, de vez em quando, me toma de assalto.
Para o show não parar, ele precisa começar
Dançar no teatro Bradesco foi um grande desafio para mim. A escola de dança que frequento faz no final de todos anos uma apresentação com os alunos. Um espetáculo mesmo, com direito a figurino, cenário, iluminação e em um teatro bacana.
Em 2009 foi no Frei Caneca e em 2010, mais ambiciosos, fizeram no Teatro Bradesco.
Eu gosto de dançar, mas não gosto de errar. E ainda mais neste caso que eu tinha um solo. Queria que a minha apresentação fosse perfeita, irretocável, Madonniana (Já disse que sou muito fã de Madonna?). Mas, quanto mais eu ensaiava e mais me cobrava, pior ficava. Me davam uns brancos, eu dançava feito um robô.
Nas 3 semanas que antecederam ao espetáculo, meu organismo estava totalmente desbalanceado e aquele minha vozinha interior ficava me sabotando: "Pq vc está fazendo isso? Vc só erra, vai passar vergonha. Desiste logo. Vc não nasceu para isso. E se as pessoas te acharem horrorosa e se as outras meninas quiserem o seu lugar?". [Huum, meio Cisne Negro isso, hein?, mas juro que este texto foi feito antes do filme ser lançado].
Até meu professor já tinha me falado que eu deveria curtir mais e me cobrar menos que o desempenho seria melhor. E olha que eu nem sou profissional, era para ser diversão, sem compromisso.
Mas nada me acalmava. E a cada ensaio geral, mais pânico, mais descontrole. Em um dos ensaios eu cheguei ao meu limite, desejei quebrar a perna para não ter que dançar.
Por sorte, recebi uma ajudinha no momento certo. Acabei tendo a oportunidade de fazer uma aula de yoga algumas dicas me ajudaram a controlar minha ansiedade até chegar o dia da apresentação.
Cheguei ao grande noite mais ou menos sã e eu travei uma batalha interna para que eu conseguisse relaxar e aproveitar a maravilhosa oportunidade de me apresentar em um teatro que é palco de grandes atores, bailarinos e diversos artistas.
No dia, casa cheia, cerca 1.500 pessoas. E posso dizer sinceramente que curti! Errei sim, mas não foi nada de mais, acho que não comprometeu. E apesar de não ser um espetáculo profissional, foi algo muito grande para mim.
Eu tenho que lembrar sempre dessa apresentação, pois acredito que ela seja um marco. Ela representa o dia em que eu me venci. Venci meu lado pessimista e que me sabota. E de agora em diante, essa tem que ser a minha batalha.
[Já estou me sentindo um pouquinho melhor ;)]
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Beijos e Bytes
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