Dia desses, pensando no meu blog, eu tive um flash (não, não estou usando drogas ilícitas) e surgiu-me um fato remoto da minha infância.
Lembrei-me do concurso de redação que participei quando tinha 8 anos, na escolinha em que eu estudava. O tema era "Paz no Trânsito" e eu acabei ganhando a medalha de 2º lugar. Tive que subir em um palquinho e ler a redação para uma pequena platéia, que incluía alguma Autoridade ligada ao Detran ou algo semelhante. Devia ser alguma iniciativa da Escola para começar a educar as crianças e evitar o caos nas ruas.
[Huuum, acho que o esforço foi pequeno]
Enfim, a medalha, eu tenho até hoje, mas a redação eu não guardei. Estava perdida para sempre.
Não exatamente, meu pai, orgulhoso por descobrir que, embora sua filha não mostrasse aptidão nenhuma para exatas, tinha lá uma quedinha por humanas, guardou a redação até hoje em uma pasta de capa dura.
Neste domingo, toda feliz, fui resgatá-la e me reencontrei com aquele pedaço de papel pautado, amarelado, com a minha letrinha meio cambaleante e calcada com força na folha.
A história da redação é real e ela voltou bem viva na minha mente. Bem triste também, algo que uma criança não deveria ver, mas ela só prova que desde pequena sempre tive um muito amor pelos animais.
Eis meu texto pueril:
29 de novembro de 1983
"Paz no Trânsito"
No Brasil, nas ruas, os motoristas de trânsito não obedecem os sinais e batem, atropelam animais e pessoas e muitas outras coisas acontecem.
Por exemplo, um dia eu estava passeando com a minha mãe e chegou um Fusca branco. Dentro dele tinha um casal de ingleses e um doberman filhote, que saiu do carro e nem viu um Passat que estava a mais ou menos 80 ou 100km por hora. O carro bateu no cachorrinho. O cachorrinho saiu rolando e quando chegou na outra calçada, ele morreu.
O Passat nem ligou foi embora e eu chorei muito. Mas se os carros obedecessem as placas nada disso aconteceria.
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Notas mentais:
1.Como eu sabia que o casal era inglês?
2.Um Fusca e um Passat? Putz, nem que eu quisesse, conseguiria esconder a época em que esse texto foi escrito ;)
3. Crases nunca foram o meu forte
Beijos e Bytes
1) Onde há crases no texto?
ResponderExcluir2) Um Passat a cem por hora? Além disso, suponho que vocês não estivessem passeando em uma grande avenida, então mais impressionante ainda. Faz lembrar aquela piada do Fiat 147 batendo farol para ultrapassar uma Ferrari a 200 por hora (uma das melhores piadas que eu conheço).
3) Mas também faz lembrar de como eu exagerei quando era criança a velocidade do carro que atropelou meu gato na minha frente. Eu falava que o carro estava a uns 80 por hora. Hoje sei que ali era impossível. Sessenta já seria um grande esforço, porque há uma lombada a uns cinquenta metros.
4) Uma vez houve um concurso de redação na empresa onde meu pai trabalhava. O tema era segurança. Eu escrevi, como de costume, uma história bem sangrenta e ganhei um walkman por ter ficado em segundo lugar. Só que a porcaria do walkman quebrou não muito tempo depois. No ano seguinte houve outro concurso, mas o walkman agora era o primeiro prêmio. Eu teria de ganhar. Escrevi outra história sangrenta (não sei se mais ou menos qua outra) e… ganhei o concurso. Acho que esse outro walkman durou mais. Mas em nenhuma das ocasiões fui obrigado a ler a redação, apesar de terem organizado um almoço ou coisa parecida reunindo o presidente da América Latina da empresa. Cuja filha, aliás, eu fui conhecer mais tarde, na Accor. Àquela altura, o pai dela tinha morrido.
ahahah Alê! Sabia que vc iria falar das crases. Nunca foram o meu forte mesmo.
ResponderExcluirPois é, o texto tem suas hipérboles de crianças, né?
Ah, nunca ganhei um prêmio legal desses!