5 de abr. de 2011

Las "trapalhaditas" em solo Portenho

Esse texto merece 2 explicações ou melhor, 3. Não mais do que 4.Tá bom vai, 5 e não se fala mais nisso:

1. Foi escrito em 2003 quando trabalhava em uma agência de viagens corporativas na área de mkt;
2. Bob é meu amigo querido e, na época, comparsa no depto de mkt;
3. Resgatei o texto pensando na Monica, que gostou das minhas peripércias na Ilha Comprinda, então espero que goste mais ainda das desventuras na Argentina;
4. Devido à minha tradicional tendência ao deboche, fica impossível descrever uma viagem contando só as coisas boas. Geralmente eu resumo ao máximo isso e de maneira que só o  lado B se destaque;
5. Publiquei 2 posts em 1.

[Mi Buenos Aires Querida] ou [Como as coisas aconteceram tão rápido?]

Estava eu em minha singela mesa de trabalho quando um fosforescente Bob aparece dizendo que tínhamos viagem marcada para Buenos Aires e que partiríamos em uma semana.

¿What?
Correria, cara-de-pois-é e a certeza de que iria ser uma viagem tensa.
Como um atacante de futebol que se joga na pequena área, Bob cavou um penalty e o juiz aceitou.
(Veja só, nessa empresa a gente tem algumas vantagens!)

Saímos de Sampa tão correndo que faltaram alguns acessórios básicos na bagagem, tipo: dicionário e mais doletas!!! Esse esquecimento ingênuo nos rendeu momentos hilários e de pagação desenfreada de mico.

Para uma paulistana que gosta tanto de argentinos como de cariocas, tive uma surpresa agradabilíssima. A cidade é linda, com um "quê" de Paris e as pessoas foram simpáticas e prestativas. Receberam a gente super bem e quando descobriam que éramos brasileiros, logo desandavam a hablar.

Os bobinhos aqui queriam falar em inglês para evitar confusões e embaraços, mas o povo queria mesmo é ouvir o nosso portunhol. Que língua mais rica esse espanhol, que permite tanta criatividade dos brasileiros.
Coisas como lejos viraram "longie" e que tal nada virar "nadie"? Claro que falávamos com o legítimo sotaque tenho-alguma-coisa-na-minha-boca, o que rendia mais risadas e menos credibilidade para nós.

Aprendemos muito nos restaurantes, ao descobrir que cuenta é realmente "conta", recibo é "nota fiscal" e precio é "preço". Mas ganancia é "lucro" e propina é "gorjeta".

Um dos momentos mais pânico foi perceber que a nossa maldita tarjeta não era aceita em p#$$# de estabelecimiento ningún. E que tínhamos que pagar com o pouco cash que tínhamos levado ou então comer em algum pulgueiro barato.

Apesar dos argentinos saberem que Buenos Aires não é a capital do Brasil (?!), um deles achou que as músicas típicas brasileiras eram a salsa e o merengue. #medo#

Poderia dizer que gastronomicamente a viagem foi um fiasco. Não fomos a Puerto Madeira (parem de perguntar isso!!!!) Vimos tudo, menos essa p#%%$$ que é uma rua revitalizada com ótimos restaurantes (que devem aceitar a m#r@@ do Dinners) e delícias como o Chorizo (carne nobre e tenra).

Mas afinal quem foi lá para comer?
Sim, nos comportamos bem.

De resto foi ótimo e conseguimos conhecer quase tudo: a praça dos pombos (leia-se Casa Rosada), o bairro de Palermo (uma legítima Vila Madalena), a Recoleta (o must dos descolados), a rua Florida (Bom Retiro total) e La Boca (a boca das bocas).

E agora, será que Milão aceita cartão? :)

[Tá males, hein querida!]

Continuando as peripécias portenhas, eu e o Bob nos arriscamos a mandar para dentro uns pratinhos típicos e baratinhos. Olhei para o cardápio e um inocente prato de milho com carne me pareceu tentador. Bob pediu uma sopa de frango com milho apimentado.

Quando os troços chegaram, descobri pq o meu prato se chamava Tamales. Era uma legítima pamonha com uma suspeitíssima carne roxa de qualquer coisa que um dia foi um ser vivo. (Pamonha é vc!)
Logrado, foi o Bob, que viu que o seu prato: logro, era uma sopinha sem vergonha com pele de frango ou seria pombo mesmo?

Eca! Nunca foi tão difícil terminar uma refeição. Minha fome azedou e meu companheiro de viagens se divertia mais com a minha cara de desespero do que com sua iguaria. No fim, comi um doce de leite e tudo ficou bem.

Até agora não foram registradas conseqüências maiores e o nosso aparelho digestivo passa bem. Fora a queda de cabelos, manchas verdes e perda da pele em algumas regiões do corpo, tudo está sob controle

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Beijos e Bytes

3 comentários:

  1. hahahahahahahahaha
    Muito bom!!
    Cá entre nós, pra você dizer que um prato não estava bom, deixar comida no prato ou reclamar dela é porque estava muito ruim mesmo!!
    Porque nunca vou esquecer que você era aquela que olhava os restos de arroz nos pratos de todos depois do almoço e perguntava: "Você vai comer esse arroz?" "Não" "Dá pra mim?"
    E punha no seu prato e comia tudo!! hahahaha

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  2. ahahah aee Monica! Agora vc me entregou! Mas já se foi o tempo em que eu podia comer o que queria e em grande quantidade. Agora, só porções de passarinho. :(

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  3. Ahhh duvido!!!!! Você continua magrinha com toda a certeza! Aliás, será que esse ano sai nosso encontro? Já faz uns anos que não marcamos, né?

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