Tradicionalmente as crianças não gostam de brócolis, espinafre, quiabo... É, eu tb não gostava. Mas eu tinha um nojo sobrenatural da manga. Acho que só com hipnose vou descobrir pq tinha essa repulsa toda.
Dá para acreditar? Algo que é quase um unanimidade em termos de gostosura. Que está na cara que é bom demais. Mas a coitada da manga não me convencia. Eu nunca tinha experimentado aquele troço e achava um horror o povo lá em casa comendo aquilo na maior felicidade, se esbaldando. Eu não iria colocar aquela fruta na minha boca de jeito nenhum.
Outra coisa que eu odiava com todas as minhas forças eram os musicais que passavam na tv. Socorro! Eu queria gritar quando começava um.

Pensava: - Que coisa idiota, a pessoa ficar dançando e cantando pela casa e dizendo "bom dia, tome o seu café". Isso não acontece, isso não é real.
Mas acreditar nos Ewaks tudo bem, né?
Enfim, o tempo passou. A minha lógica sobre o mundo mudou e no meu caso, acho que para melhor.
Um dia, sei lá quando, acabei experimentando uma manga e é claro que me arrependi amargamente de ter adiado tanto esse momento.
Quanto aos musicais, acho que demorou mais uns anos até eu me apaixonar loucamente por eles. Para felicidade do meu pai, que enfim, viu que sua tentativa não tinha sido infrutífera. E que ele havia conseguido me passar uns dos seus tantos e bons gostos musicais.
Com o tempo, os espetáculos começaram a vir para o Brasil e eu virei mais fã ainda. Fiquei maluca com a "A Bela e a Fera", assisti tantas vezes no teatro que nem sei. Cheguei a sonhar em ser atriz e cantora ao invés da publicitária q me tornei. E ainda busco uma forma de trabalhar com isso. Vejam só como são as coisas.
Para concluir, pq a lista seria longa, acho que só com esses dois relatos já daria para responder aquela pergunta que vem circulando no Facebook: se a criança que eu fui se orgulharia do adulto que me tornei. ;)
Psiu, não fala para ninguém, mas eu ainda não vi inteiro o filme da Noviça Rebelde. shhhh
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Beijos e Bytes