[Texto saído do adormecido blog do Café na Web - maio de 2009]
É assim, parafraseando o poeta Waly Salomão, que vou me apresentar. Meu nome é Vanessa. Apelidos? Alguns, mas é por "Cosen" que tenho mais carinho. Diminutivo do meu sobrenome, símbolo de uma época muito boa e de pessoas queridas: aaa, os anos de faculdade..
Sou publicitária e trabalho com internet. Simples, né? Bom, não foi tão simples assim. Levei um bom tempo para assimilar essa última parte. Confesso que não estavam nos meus planos entrar nesse universo de bytes, pixels, dns e outras palavras pouco amistosas.
Mas minha vida sempre foi cheia de contradições e essa foi mais uma delas. A dificuldade inicial foi ajustar o meu discurso, tanto com o público interno, quanto o externo. Era um peixe fora d'água, um espécime humanóide XX em um habitat predominante de espécimes humanóides XY. Uma criatura formada em Humanas coexistindo com seres de Exatas. Eu falava: “a b c” e eles: “0 e 1”.
E a internet se mostrava fria para mim, intangível, intratável. Minha primeira tentativa foi a de trazer o meu repertório para esse novo microcosmo, mas a resposta era sempre a mesma: “vc executou uma operação ilegal e este programa sera fechado. Pam!” De volta a estaca zero.
Até que eu decidi entrar na matrix e aquela velha máxima nunca se mostrou tão adequada: já que não pode vencê-los, junte-se a eles. A partir daí, consegui ter um novo olhar sobre a internet, percebi que a sua função e até a minha, nada mais eram do que promover a comunicação, permitir a interação entre as pessoas, gerar vendas… E tudo aquilo que eu tinha aprendido na faculdade e nos meus empregos anteriores, voltou a fazer sentido.
Quando fechei um dos meus primeiros contratos de transmissão streaming, o cliente queria implantar uma TV web corporativa: comunicação pura. Ah, enfim, a minha língua.
Mas esse processo me modificou e trago sequelas.
Hoje, quando estou com os meus amigos, sinto um olhar diferente deles, um certo ar de desconfiança, como se eu tivesse sido abduzida. Percebo que quando eu digo: “vou dar um “ping” no fulano para ver se ele vai sair conosco” – as pessoas ficam meio ressabiadas, sem entender. “Dar um ping! Quero dizer: ligar para ele!”.
- Huummm. – respondem meus amigos desconfiados.
Não posso dizer que sou fluente em tecnês, acho até legal não ser assim, mas consegui equalizar as equações e chegamos a um denominador comum.
Bom, quase… Só dá pau mesmo quando tento justificar aos chefes uma atitude minha baseada na intuição. Ai, caros leitores, é tela azul na certa e a gente tem que rebotar o sistema.
Beijos e Bytes
Eu mesmo ainda tenho dificuldade para te enxergar como uma pessoa de Internet, mas, também, já faz mais de cinco anos que não trabalhamos juntos. Mas Twitter (seu de verdade) você não fez, né?
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